A inflação em Belo Horizonte perdeu força na terceira quadrissemana de dezembro de 2025. Segundo dados divulgados pela Fundação IPEAD/UFMG, o IPCA-BH registrou alta de 0,30%, interrompendo a sequência de aceleração observada nas quatro semanas anteriores. Com o resultado, o índice acumula 4,80% tanto no ano quanto nos últimos 12 meses.
Já o IPCR-BH, que mede a inflação das famílias com renda de até cinco salários mínimos, ficou estável (0%) no período. Apesar da estabilidade, o índice desacelerou em relação à segunda quadrissemana de dezembro, quando havia avançado 0,44%. No acumulado de 12 meses, o IPCR-BH soma 4,39%.
De acordo com o gerente de Pesquisa da Fundação IPEAD, Eduardo Antunes, a desaceleração está relacionada principalmente ao comportamento dos preços dos alimentos, que recuaram em relação à semana anterior.
Antunes explicou que mesmo com elevações pontuais em itens como gasolina e táxi, a queda em grupos relevantes acabou aliviando a pressão inflacionária.
Entre os principais destaques de alta no IPCA-BH estão a gasolina comum (2,03%), os serviços de táxi (11,92%) e o condomínio residencial (1,04%). Por outro lado, contribuíram para a desaceleração a tarifa de energia elétrica residencial, que apresentou a maior queda da semana (-2,41%), a tarifa de ônibus urbano (-1,07%) e o vidro (-5,25%).
No caso do transporte coletivo, a redução não está ligada ao valor da tarifa, mas sim ao menor gasto da população, reflexo da política de gratuidade aos domingos e feriados em vigor na capital mineira desde o último dia 14. Segundo Antunes, esse efeito pesa mais sobre o IPCR-BH, já que energia elétrica e transporte urbano têm maior importância na cesta de consumo das famílias de renda mais baixa.
“A variação de preços é a mesma para todos, mas o impacto é diferente. Para as famílias de rendimento mais restrito, esses itens têm peso maior, o que explica a influência mais intensa no IPCR”, destacou.
