Além do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), entidades do setor econômico mineiro também criticaram a nova alta da taxa básica de juros, a Selic, anunciada nesta quarta-feira (19/3) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).
Em reunião do Copom a Selic foi elevada de 13,25% para 14,25% ao ano. Este é o maior nível para a taxa básica de juros desde outubro de 2016.
CDL/BH teme impacto na geração de empregos
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) emitiu nota questionando a decisão. Para a entidade, medida do Copom pode prejudicar a economia do país, e impactar diretamente o varejo.
“A manutenção de taxas altas de juros por longos períodos pode prejudicar a recuperação econômica, limitar a expansão dos negócios e afetar a criação de empregos”, argumenta o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva. “Com a taxa Selic mais alta, o crédito fica mais caro, desestimulando o consumo, especialmente de bens duráveis e de maior valor agregado.
O aumento dos juros também pode gerar inadimplência de empresas e consumidores, dificultando a recuperação econômica, completa.
Para Souza e Silva, o caminho para controle da inflação é o equilíbrio fiscal, onde o governo gasta menos do que arrecada. “Reconhecemos a importância do controle da inflação, mas defendemos um equilíbrio entre essa meta e a necessidade de estimular o crescimento econômico”, conclui Souza e Silva.
“Queda na competitividade da indústria”, diz Fiemg
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) também criticou a manutenção elevada da taxa básica de juros. Em comunicado assinado pelo presidente, Flávio Roscoe, a entidade afirma que os patamares da Selic podem aumentar os custos de produção e reduzir a competitividade da indústria brasileira e mineira.
Roscoe ressalta, ainda, a importância de uma política fiscal alinhada à política monetária — de modo a garantir maior equilíbrio e eficiência na condução da economia.