Em acareação, Braga Netto chama Cid de ‘mentiroso’, diz advogado

Siga no

Cid e Braga Netto ficaram frente a frente no STF. (Créditos: Ton Molina/STF e Isac Nóbrega/PR)

Compartilhar matéria

O general Braga Netto chamou de “mentiroso” o tenente-coronel Mauro Cid, que ficou calado diante da acusação feita durante acareação realizada nesta terça-feira (24/6), no âmbito da ação penal que apura suposta tentativa de golpe que teria sido liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Réus na ação penal, Cid e Braga Netto, ambos militares do Exército, ficaram frente a frente por mais de 1h30 na manhã desta terça-feira (24), numa acareação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal sobre o golpe.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O procedimento foi realizado a pedido da defesa de Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Bolsonaro. Ele acusa Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente e delator da trama golpista, de mentir em seus depoimentos. Os dois são réus na ação penal.

Pela legislação penal, é direito do réu pedir a acareação com outro acusado ou com alguma testemunha. A ideia é que versões conflitantes e contradições possam ser colocadas em confronto diante do juiz responsável pelo caso, que pode fazer perguntas aos acareados.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O relato foi feito pelo advogado José Luis Oliveira Lima, que defende Braga Netto. Após a acareação, Juca, como é conhecido, disse a jornalistas que “o general Braga Netto, em duas oportunidades, afirmou que o senhor Mauro Cid, que permaneceu por todo ato com a cabeça baixa, era mentiroso. E ele [Cid] não retrucou quando teve oportunidade”.

Audiência fechada

Por determinação de Moraes, a acareação entre Cid e Braga Netto foi fechada, estando presentes na sala de audiências somente o ministro, os réus com seus advogados e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, autor da denúncia sobre a tentativa de golpe. Advogados dos outros seis réus também puderam acompanhar a audiência.

Uma ata sobre o que foi dito pelos dois ainda deverá ser anexada ao processo. Segundo o Supremo, a gravação da audiência não deve ser divulgada. A decisão de Moraes foi criticada pela defesa de Braga Netto, que alegou violação de uma prerrogativa da defesa.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

“A prerrogativa da defesa foi violada”, afirmou Juca. “É uma pena que isso [a postura de Cid durante a acareação] não tenha sido gravado, para que toda a imprensa e todos que acompanharam a ação desde o início pudessem constatar”.

O ministro Luiz Fux também acompanhou a audiência como integrante da Primeira Turma, colegiado que deverá julgar, ao final da instrução da ação penal, se os réus devem ser condenados ou absolvidos. Além dele e de Moraes, fazem parte do grupo os ministros Flavio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Pontos questionados

Dois pontos principais da delação de Mauro Cid são questionados pela defesa de Braga Netto. No primeiro, o tenente-coronel relatou que o general lhe teria entregue R$ 100 mil numa sacola de vinho. O dinheiro seria para financiar a operação do golpe.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Em outro momento de seus depoimentos à Polícia Federal (PF), Cid disse que um plano para monitorar e assassinar autoridades, chamado Punhal Verde e Amarelo, foi discutido na casa de Braga Netto. O general nega ambas as acusações e diz que o encontro em sua casa foi fortuito, sendo que nenhum tipo de ruptura foi discutido.

Braga Netto está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e tentar obter detalhes dos depoimentos de delação de Cid.

Segunda acareação

Logo em seguida à acareação de Cid e Braga Netto teve início uma segunda, em que foram colocados frente a frente Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

A defesa de Torres que pediu a acareação, justificando o procedimento com a necessidade de esclarecer pontos “nevrálgicos” sobre o depoimento de Freire Gomes, que não é réu, mas figura como uma das principais testemunhas no processo.

A acareação entre Torres e Gomes segue em andamento.

Compartilhar matéria

Siga no

Webstories

Mais de Entretenimento

Mais de Notícias

Mega-Sena não tem acertador; prêmio vai a R$ 25 milhões

Trump endereça carta a Bolsonaro e diz que ‘tratamento horrível’ deve acabar: ‘observando de perto’

Arnaldo Antunes fala sobre ‘Novo Mundo’ antes de subir ao palco em BH; leia entrevista

‘São verdadeiros traidores da pátria’, dispara presidente Lula durante pronunciamento

‘Deputado estrangeiro’ e ‘cosplay de indígena’; Kim e Célia batem boca no plenário da Câmara

Abrasel defende volta do horário de verão para evitar apagões e impulsionar economia

Últimas notícias

Atlético denuncia ato racista de torcedor do Bucaramanga durante partida pela Sul-Americana

Hulk marca de pênalti e Atlético vence o Atlético Bucaramanga

Cruzeiro vence o Fluminense e é líder do Campeonato Brasileiro

Concorra a ingressos: show do The Calling em BH no dia 15 de outubro

Trump é diagnosticado com doença que afeta fluxo sanguíneo

Concorra a um par de ingressos: Cruzeiro x Juventude, no Mineirão, no próximo domingo

STF decide: PIS e Cofins entram no cálculo da contribuição sobre a receita bruta

Educação digital de graça na UFMG; praz para inscrição termina nesta sexta-feira (18/7)

Pão de queijo e mais um tanto! 7 produtos mineiros que são sucesso no Brasil e o mundo em 2025