Na próxima quinta-feira (17/7), o município de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, será palco de uma ação simbólica de educação ambiental.
Em comemoração ao Dia Municipal do Rio das Velhas, o projeto Mutirão das Árvores – Queremos sombra e água fresca, da Fundação Pitágoras em parceria com a Prefeitura de Santa Luzia, vai promover o plantio simultâneo de 333 mudas de árvores nativas no Centro de Educação Integrada da cidade.
A ação marca os 333 anos de Santa Luzia e integra um movimento nacional de conscientização ambiental por meio da educação. Para falar sobre a iniciativa, a presidente da Fundação Pitágoras, Helena Neiva, conversou com a 98 News nesta segunda-feira (14/7).
“Bom, a gente iniciou um movimento chamado Mutirão das Árvores. Queremos sombra e água fresca. Ele se fundamenta até nessa obra escrita pelo professor Cláudio Morais Castro. E ele é um livro que nos mostra com muita clareza que plantar árvores é o caminho mais natural, é o caminho mais simples para poder mitigar o aquecimento global.”
Segundo Helena, a proposta vai além do plantio: trata-se de um movimento contínuo, iniciado em sala de aula, que envolve escolas de todo o Brasil.
“A gente envolve escolas em todo Brasil, portanto estamos falando de milhares de estudantes e de educadores para que antes do plantio exista uma conscientização ambiental. A gente gosta muito de uma frase de um educador colombiano chamado Bernardo Toro, em que ele fala que a educação sozinha não faz as grandes mudanças, mas nenhuma grande mudança se faz sem a educação. Então, se a gente precisa de uma mudança de postura da comunidade em relação ao meio ambiente, a gente tem que começar pela escola.”
Os estudantes têm entre 11 e 15 anos de idade e vão acompanhar o desenvolvimento das árvores plantadas. Cada um será responsável por uma muda.
“O fato de cada árvore vai ser plantada por um estudante, né? E a gente tá promovendo uma consciência de que aquele estudante seja o guardião daquela árvore. […] A gente sabe que a árvore também tem uma infância, né? Os primeiros 2, 3 anos de vida daquela muda é fundamental para garantir que aquela árvore vai vingar, que ela vai se tornar adulta.”
O número de 333 mudas foi uma sugestão do próprio prefeito da cidade, como homenagem ao aniversário de Santa Luzia. “O prefeito deu essa ideia porque ele quis um marco simbólico para fazer uma homenagem ao aniversário da cidade. Então, Santa Luzia vai comemorar 333 anos de vida. […] Como uma simbologia.”
Além do simbolismo, a ação é acompanhada de conteúdos pedagógicos e materiais educativos, com o objetivo de gerar pertencimento e consciência ambiental duradoura.
“A prefeitura vai disponibilizar as mudas. […] No dia as mudas, veja que eu falo beijo, a gente não usa mais o termo cova, então é um beijo para receber essa pequena mudinha. São espécies nativas da região, então a gente tá falando de jatobá, ipês rosas, ipês amarelos. Então aquilo vai ter uma beleza também.”
“Esse carinho, né? Esse ato de carinho, de comprometimento, que é que vai fazer toda a diferença aí para a transformação que o nosso mundo precisa.”
Para Helena Neiva, o mais importante é o envolvimento emocional dos estudantes com o processo:
“Cada um vai poder ter aquela árvore quase como um pet, né? […] Quando adultos, eles vão poder voltar àquele local e dizer: ‘Olha, essa árvore fui eu que plantei’. […] Eles entendem o desafio e se sentem donos dessa solução. Aí a gente tá transformando, de fato, a mudança numa mudança perene, que é o que a gente precisa.”
O movimento Mutirão das Árvores já passou por outros municípios brasileiros e segue crescendo. Em Santa Luzia, ele mobiliza as secretarias de Educação, Meio Ambiente e Agricultura, além das escolas municipais.
“Eu convido também vocês a voltarem lá conosco daqui um tempo para poder ver como é que esse espaço está se desenvolvendo.”