O governo do Irã acusou os EUA de estarem por trás dos ataques de Israel e suspendeu as negociações com Washington sobre o programa nuclear do país.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baqaei, disse neste segunda-feira (16/6) que não faz sentido negociar com o principal cúmplice da agressão contra Teerã.
Enquanto isso, o presidente americano Donald Trump elogiou o ataque de Israel na última sexta-feira (13/6), e sugeriu ao Irã que aceitasse o acordo sobre o programa nuclear para evitar novos ataques.
Nesse domingo (15/6), Trump disse que trabalha para um acordo entre Irã e Israel. “Teremos paz, em breve, entre Israel e Irã! Muitas ligações e reuniões estão acontecendo agora”, disse o presidente dos EUA em uma rede social.
Já o ministro das relações exteriores do Irã, Seyyed Abbas Araghchi, em comunicado publicado também nesta segunda-feira, defendeu que a agressão de Israel não poderia ter ocorrido sem o apoio dos EUA.
“Temos evidências sólidas de que forças e bases americanas na região auxiliaram os ataques do regime sionista. Monitoramos de perto e possuímos provas substanciais de como as forças americanas auxiliaram o regime sionista, mas mais reveladoras do que nossas evidências são as declarações explícitas do presidente dos EUA expressando apoio. Portanto, consideramos os EUA cúmplices desses ataques e exigimos que assumam a responsabilidade”, disse o ministro iraniano.
Apoio dos EUA a Israel
O ministro das Relações Exteriores do Irã acrescentou que recebeu mensagens “por vários canais” de que os EUA não tiveram envolvimento no ataque, mas que o Irã não acredita nessa posição e que tem evidências que dizem o contrário.
“Se os EUA realmente defendem essa posição, deveriam declarar pública e explicitamente sua posição. Mensagens privadas são insuficientes. Para demonstrar boa vontade, os EUA devem condenar o ataque às instalações nucleares e distanciar-se claramente deste conflito”, completou o chanceler iraniano.