O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão do cargo no final da tarde desta sexta-feira (2/5). A decisão foi tomada durante uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O comunicado da demissão foi feito pelo próprio ministro em sua rede social. Ele afirmou esperar pelos resultados das investigações sobre o escândalo de fraude bilionária no INSS.
“Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador”, disse Lupi.
A demissão do ministro e o cenário político que a envolve foram pauta do 98 Talks desta sexta-feira. Ricardo Kertzman não demonstrou surpresa com a situação, uma vez que, para ele, Lupi “não deveria nem sequer ter sido, algum dia, nomeado ministro da Previdência”. Kertzman relembrou ainda a atuação de Carlos Lupi como ministro do Trabalho no governo Dilma Rousseff, cargo do qual foi afastado por irregularidades relacionadas a uma ONG que atuava na pasta.
Concordando com esse raciocínio, Antônio Claret Jr. chamou atenção para outro fator: a nomeação de outro ministro do PDT para o cargo, Wolney Queiroz. “Eu fico me perguntando: será que o Lupi não mantém influência, já que é do mesmo partido? Partidos são correligionários. Será que, de fato, esse pedido de demissão resolve a questão ou, pelo menos, estanca o sangramento? Não sei, eu tenho dúvidas”, afirmou o comentarista.
Paulo Leite também demonstrou desconfiança em relação ao novo ministro. “É difícil entender que vai mudar alguma coisa”, afirmou.