Prepare a câmera do celular e escolha um bom lugar no quintal: na virada desta segunda (6/10) para terça-feira (7/10), a Lua vai brilhar ainda mais encantadora no céu. Às 0h47, o satélite natural estará em sua fase cheia. Muitos divulgam o evento astronômico como uma superlua, mas será que o termo é adequado?
A resposta é: sim, talvez… ou não! Tudo depende do critério que você adotar.
Isso porque, na noite de Lua cheia, o satélite estará a 361.458 km da Terra — bem mais perto do que a média de 384.400 km. É próximo do chamado perigeu, o ponto mais próximo da órbita em relação ao nosso planeta. Para alguns astrônomos, isso basta para chamar o fenômeno de superlua.
Só que a coisa não é tão simples. O termo superlua foi criado em 1979 por um astrólogo, Richard Nolle, e não tem base científica. Ele estabeleceu que seria uma superlua toda Lua cheia ou nova que estivesse no perigeu ou até 90% perto dele. Por que 90%? Porque sim. A escolha foi totalmente arbitrária.
Desde então, cada instituição ou pesquisador acaba adotando um critério diferente. Alguns dizem que só vale se a Lua estiver a 360 mil km ou menos da Terra. Outros, como o professor Gabriel Hickel, da Universidade Federal de Itajubá, são ainda mais exigentes: só é superlua se a fase cheia acontecer até 12 horas de diferença do perigeu.
Apesar da origem não científica, o termo superlua acabou sendo adotado pela própria comunidade astronômica como uma ferramenta de divulgação. A ideia é simples: ainda que não exista um consenso oficial sobre a definição, a expressão ganhou força justamente por ser fácil de entender e despertar curiosidade no público.
É aí que entra a confusão: pela primeira regra (90% de proximidade), a Lua cheia de 7 de outubro já entra na lista das superluas de 2025. Mas se formos pelo limite de 360 mil km, então só as luas cheias de 5 de novembro (356.980 km) e 4 de dezembro (357.219 km) merecem esse título.
Ou seja: dependendo do ponto de vista, a Lua desta terça é uma “quase superlua”. O que não muda na prática é o espetáculo astronômico que vem por aí, com ou sem carimbo oficial.
Com informações de Observatório Nacional