Uma solução inovadora nascida nos corredores da Faculdade de Medicina da UFMG colocou Minas Gerais no mapa da inovação social mundial. O projeto Círculo de Cuidado Colaborativo (C3) foi anunciado nesta sexta-feira (26/12) como um dos finalistas do Good Start Challenge, desafio global que premia ações de impacto para a primeira infância.
A iniciativa mineira está entre as 22 selecionadas em todo o mundo por duas gigantes do setor: a fundação holandesa Van Leer e a brasileira Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. Como finalista, o projeto já faturou um aporte inicial de 50 mil euros (cerca de R$ 300 mil).
Como funciona
Coordenado pela professora Cláudia Regina Lindgren Alves, do Departamento de Pediatria, o projeto propõe uma rede de apoio baseada na tecnologia. Por meio de um aplicativo próprio, mulheres da comunidade registram sua disponibilidade para cuidar dos filhos de outras participantes.
O sistema funciona como um “banco de horas”:
Crédito de Tempo: Ao cuidar de uma criança, a mulher acumula créditos no app.
Resgate: Quando precisa trabalhar, estudar ou ter um tempo livre, ela utiliza esses créditos para solicitar apoio de outra participante.
Segurança: Antes de entrar na rede, as participantes recebem treinamento remoto sobre cuidados responsivos para fortalecer habilidades parentais e criar vínculos de confiança.
Disputa de 200 mil euros em 2026
O C3 é fruto de uma parceria entre a UFMG e o Instituto da Primeira Infância (Iprede), de Fortaleza. O objetivo é reduzir o isolamento materno e permitir que mulheres em situação de vulnerabilidade consigam manter atividades profissionais sem descuidar da segurança dos filhos.
Agora, a equipe se prepara para a fase final. Em julho de 2026, o desafio anunciará até seis vencedores globais que receberão um prêmio adicional de 200 mil euros (mais de R$ 1,2 milhão) para expandir a solução.
