A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou, na noite deste sábado (4/10), que descartou o suposto caso de intoxicação por metanol registrado em Santa Maria do Suaçuí, no Vale do Rio Doce. A notificação havia sido comunicada horas antes pelo Ministério da Saúde, que incluíra Minas Gerais no balanço nacional de ocorrências.
De acordo com a SES, após análise técnica feita em conjunto com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox/MG), vinculada ao Hospital João XXIII, o caso foi descartado por “não atender a definição de caso suspeito”. A reportagem questionou a secretaria sobre os parâmetros de definição mas não obteve retorno. Assim que houver, a matéria será atualizada.
A menção ao suposto caso mineiro, por parte do Ministério, ocorreu na manhã deste sábado, em boletim que atualizou os números relacionados ao cenário de intoxicação por metanol no país. Na nota, Minas apareceu ao lado de Distrito Federal, Roraima, Mato Grosso, Espírito Santo e Piauí na lista de estados com 1 caso sob investigação.
Depois de descartar a notificação, a secretaria mineira reforçou que o CIATox/MG segue disponível 24 horas para orientação e assistência em casos de intoxicação. “Para ampliar a vigilância, a SES-MG encaminhou orientações às regionais de saúde, reforçando a necessidade de notificação imediata de qualquer suspeita”, afirmou.
Aumento de casos
Até a nota de mais cedo, o Ministério da Saúde contabilizava 127 ocorrências de intoxicação por metanol ligadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas no país. Na noite deste sábado, o número subiu para 195 — 14 casos confirmados e 181 em investigação. As mortes chegam a 13.
Diante do avanço dos casos, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recomendou que a população evite consumir destilados em garrafas com tampa de rosca, por serem mais vulneráveis a adulterações. Segundo ele, não há registros de contaminação em latas ou garrafas com tampas metálicas.
“Estamos falando de um produto de lazer. Consuma apenas se tiver certeza da origem”, alertou Padilha.
Durante agenda em Teresina (PI), o ministro também anunciou a aquisição de 12 mil novas ampolas de etanol farmacêutico, usado no tratamento de intoxicações por metanol.
Cuide-se
A SES-MG reforça que a intoxicação por metanol pode evoluir rapidamente e causar cegueira irreversível ou morte. Os primeiros sintomas podem surgir até seis horas após o consumo, incluindo dor abdominal, náuseas, sonolência, tontura e confusão mental.
Entre seis e 24 horas, sinais mais graves podem aparecer, como visão turva, sensibilidade à luz, convulsões e coma.
Assim como o ministro Padilha, a secretaria orienta a população a consumir bebidas apenas de fontes confiáveis, verificar lacres e rótulos e desconfiar de preços muito abaixo do mercado. O diagnóstico precoce e o início do tratamento nas primeiras seis horas são fundamentais para salvar vidas.