Em acenos políticos aos EUA e ao Irã, o presidente Lula criticou neste domingo (6/7) as instituições globais na abertura da Cúpula do Brics, no Rio.
Ao se referir aos bombardeios de Israel e dos EUA na guerra contra o Irã, o presidente fez uma comparação com a invasão do Iraque, quando os EUA derrubaram o regime de Saddam Hussein com o argumento de que ele escondia armas químicas de destruição em massa, o que não seria comprovado depois.
Por outro lado, Israel e EUA dizem que o regime dos aiatolás no Irã patrocina o terrorismo e usaram o argumento da possível obtenção de armas para realizar a série de bombardeios.
“Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais”, disse Lula. “Assim como ocorreu no passado com a Organização para a Proibição de Armas Químicas, a instrumentalização dos trabalhos da Agência Internacional de Energia Atômica coloca em jogo a reputação de um órgão fundamental para a paz”, disse o petista.
Catástrofe nuclear
Lula afirmou que “o temor de uma catástrofe nuclear voltou ao cotidiano”, e que violações da integridade territorial – uma referência aos bombardeios – “solapam os esforços de não-proliferação de armas atômicas”.
O discurso do presidente ecoou ainda embates com as decisões de Donald Trump, embora sem citações. O petista falou em ameaças aos “regimes de clima e comércio” e “investida sem precedentes” ao sistema de saúde global e exigências absurdas sobre patentes que restringem acesso a medicamentos.
Isso depois do tarifaço de Trump e de retirar os EUA da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Acordo de Paris.
*Com informações da Agência Estado