O Partido Novo oficializa, no dia 16 de agosto, em São Paulo, a pré-candidatura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, à Presidência da República. A movimentação nacional ocorre em paralelo ao trabalho de construção da sucessão mineira, com o vice-governador Mateus Simões sendo preparado para disputar o Palácio Tiradentes.
O presidente do Novo em Minas Gerais, Christopher Laguna, comentou as movimentações em entrevista na 98 News nesta segunda-feira (28/7). “Temos duas vertentes aí. Primeiro, é a terceira campanha presidencial do Novo. Na primeira, saímos com o Amoêdo, depois com o Dávila, agora a pretensão é com o Romeu Zema”, disse. “Isso é importante para o partido. E o segundo ponto é que a gente vê no Zema uma possibilidade real de se tornar presidente do Brasil”, afirmou.
‘CEO do Estado’ e campanha nacional
Segundo Laguna, o partido decidiu antecipar o lançamento da pré-campanha para dar tempo de apresentar Zema ao restante do país. “Ele é o governador que mais visitou municípios em Minas. Já foram mais de 350. Ele é um CEO do Estado. Mas e o paulista conhece? O paranaense conhece? O capixaba conhece? Não.”
A prioridade inicial da agenda será o Sul e Sudeste, regiões onde o partido acredita ter mais aderência e onde estão possíveis aliados para uma candidatura de unificação da direita. “Tem uma frase do Muhammad Ali: ele treinava a direita todo dia porque, quando ela entrasse, o adversário caía. Aonde eu consigo ser mais rapidamente conhecido? No Sul e Sudeste. E dali pode sair a união da direita.”
Diálogo com a direita e incerteza sobre Bolsonaro
Laguna confirmou que há conversas com outros nomes do campo conservador. “Se o Bolsonaro vier, provavelmente nós não iremos. Mas se ele não estiver no pleito, como a direita vai se reorganizar? Ela estava muito organizada na figura dele, agora ganhou uma amplitude maior.”
A ideia, segundo o presidente do Novo em Minas, é articular um nome viável a partir do núcleo dos governadores do Sul e Sudeste, o Consórcio COSUD (Consórcio de Integração Sul e Sudeste). “São bons governadores. Se o candidato for do Sul ou Sudeste, um vice do Norte ou Nordeste será extremamente necessário.”
Disputa em Minas: Simões, Cleitinho e as alianças possíveis
Enquanto Zema percorre o país, o vice-governador Mateus Simões será testado nas ruas de Minas. Laguna não esconde que a missão é torná-lo mais conhecido. “Ele já roda o estado, não é um vice inativo. Coordena secretarias e é protagonista das entregas. É um dos melhores quadros nossos e a melhor sucessão.”
Sobre a possível disputa com o senador Cleitinho Azevedo, do Republicanos, Laguna defende uma candidatura única. “Vamos ter que fazer uma candidatura de centro-direita mais ampla. Tentam colocar nomes como o do Nicolas também, mas o melhor nome hoje é o Matheus.”
Ele relembrou o apoio do Novo a Mauro Tramonte (Republicanos) nas eleições municipais de 2024 em Belo Horizonte, mesmo abrindo mão da candidatura própria. “Recuamos com humildade, fomos de vice do Mauro. Quando colocaram o Calil na história, a gente ficou. Porque desde que o Novo foi criado, nunca rompemos com a nossa palavra.”
Novo busca reconstrução após queda em 2022
Laguna reconhece que a eleição de 2022 foi a pior da história do Novo. “O fracasso nos mostrou que, se o Novo ficasse engessado só nos nossos valores, não teríamos grupo político. A gente achava que só os nossos virariam o voto. Não viraram.”
Para 2026, o plano é mesclar quadros históricos com nomes vindos da base da direita. “Eu quero pessoas honestas, que podem vir do grupo bolsonarista, da direita liberal ou começar agora. E agora tenho uma vantagem: tenho 94 vereadores. Posso buscar voto no estado inteiro.”
Ele citou o caso dos deputados Maurício e Zé Laviola, que não são originários do partido, mas têm votado com o governo. “Falam que eles não são do Novo. Espera lá: são os que mais votaram com o governador. Vamos fazer eles virarem do Novo. Eles estão aqui para isso: dar o melhor para o cidadão mineiro.”