O funeral do papa Francisco foi realizado na manhã deste sábado (26), na Praça de São Pedro, no Vaticano. A cerimônia começou com a Missa das Exéquias e reuniu mais de 200 mil pessoas, incluindo chefes de Estado, religiosos e fiéis de várias partes do mundo.
O caixão, fechado, foi colocado em frente ao altar externo da basílica e recebido com aplausos emocionados da multidão. O ritual teve início com cânticos em latim entoados pelo coral.
Cortejo percorre ruas de Roma até a Basílica de Santa Maria Maior
Após a missa, o caixão seguiu em cortejo por um trajeto de 5,5 km até a Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma – local escolhido por Francisco para seu sepultamento. Segundo a Prefeitura de Roma, o percurso deve durar cerca de 30 minutos.
O cortejo passou por pontos históricos da cidade, incluindo a Piazza Venezia, os Fóruns Imperiais, a Via Merulana e o Coliseu, que recebe tradicionalmente a celebração da Via Sacra na Sexta-feira Santa. O corpo foi transportado em um carro com o caixão visível, acompanhado por um pequeno grupo de cardeais.
Por questões de segurança, ruas foram interditadas, carros removidos e barreiras instaladas ao longo do percurso. O policiamento foi reforçado em toda a região.
Sepultamento será reservado; túmulo poderá ser visitado a partir de domingo
O sepultamento ocorre de forma particular, mas a partir de domingo (27) o túmulo já estará aberto para visitação. A lápide traz apenas o nome em latim: “Franciscus”.
Francisco é o primeiro papa a ser sepultado fora do Vaticano desde Leão XIII, que morreu em 1903. A escolha pela Basílica de Santa Maria Maior segue o desejo pessoal do pontífice, que costumava visitar o local para orações durante o papado.
Chefes de Estado e cardeais participam da despedida
Cerca de 50 chefes de Estado participaram da cerimônia, incluindo:
- O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva;
- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump;
- O presidente da Argentina, Javier Milei;
- O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, que confirmou presença horas antes da celebração.
A missa foi conduzida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais. Participaram ainda 220 cardeais, 750 bispos e cerca de 4 mil padres, posicionados próximos ao altar.
Homenagem ao “papa do povo”
Durante a homilia, Battista Re destacou o legado de Francisco como um líder de “coração aberto a todos”. O cardeal lembrou o estilo próximo e informal do papa argentino, que marcou seu pontificado pela defesa dos mais vulneráveis e pela busca da paz.
“Apesar da fragilidade e do sofrimento nos últimos dias, Francisco escolheu seguir até o fim o caminho da entrega total”, disse o cardeal.
A multidão interrompeu a homilia com aplausos ao ouvir a lembrança das posições firmes de Francisco contra as guerras. Battista Re ressaltou que o papa sempre condenou os conflitos, pedindo negociações e apontando que “a guerra é sempre uma derrota para todos”.
As orações finais foram feitas em vários idiomas, incluindo português, francês, árabe, polonês, alemão e mandarim.