A Prefeitura de Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte, quitou cerca de R$ 20 milhões em dívidas desde o início da gestão do prefeito Emiliano Braga (PSDB), eleito em 2024. O valor corresponde a débitos de curto e médio prazo, além de parte do financiamento do programa Finisa (Financiamento à Infraestrutura e Saneamento). O prefeito afirma que o município começa a respirar financeiramente e já adota medidas para atrair novos negócios e melhorar a mobilidade urbana.
“Assumimos a prefeitura com uma dívida de mais de R$ 70 milhões, sendo R$ 32 milhões de curto e médio prazo e R$ 40 milhões de longo prazo. O que dificulta o administrador público é justamente a dívida de curto e médio prazo”, disse Emiliano em entrevista à 98 News nesta terça-feira (29/7).
Segundo ele, a situação inicial impedia até novas contratações. “Hoje você tem leis extremamente rígidas que te impedem, por exemplo, de fazer novas contratações se você não tiver um compromisso ou pactuado, pelo menos um compromisso de pagamento com aquele determinado fornecedor em relação às dívidas passadas.”
O prefeito destacou que a inadimplência da gestão anterior colocava em risco empresas locais. “Em cidades como Pedro Leopoldo, a prefeitura é um grande cliente da maioria dos fornecedores. Em determinadas situações, você pode parar a história de uma empresa que tem 25 anos de fornecimento na cidade se você deixa de pagar uma dívida.”
Contas equilibradas, mas sem folga
Apesar do avanço, a prefeitura ainda opera com contenção de gastos. “A água estava na testa, agora voltou para a região do nariz, mas a gente precisa ainda trazer ela para a área do pescoço para depois a gente poder falar que está mais tranquilo”, comparou.
A administração tem priorizado cortes na folha de pagamento e otimização de contratos. “Fizemos uma equalização e esse equilíbrio foi importante. Estamos fazendo entregas importantes, poderíamos fazer ainda mais, só que a gente teve que pesar, medir a água e o fubá.”
Loja Elétrica impulsiona novo ciclo de negócios
Pedro Leopoldo recebeu recentemente o centro de distribuição da Loja Elétrica, com potencial para estimular outras cadeias econômicas. “Um negócio como esse não pode ser enxergado como uma ilha. Ele tem impacto indireto de primeira e segunda instância e acaba impactando outras cadeias também. Por si só o clima de investimento na cidade já muda.”
A prefeitura também enviou à Câmara um projeto de desburocratização para atrair novas empresas. “Pedro Leopoldo vai oferecer alvará automático para 913 canais. A gente precisa ser uma cidade dinâmica.”
Concessões de rodovias geram debate
O prefeito também comentou a proposta do Governo de Minas para concessão de rodovias do Vetor Norte, que inclui trechos em Pedro Leopoldo. Ele defende mais participação dos municípios nas decisões.
“É muito polêmico se falar sobre isso. Existem as pessoas que defendem porque atrai investimentos, melhora a mobilidade. Existem as pessoas que são veementemente contra porque isso é, segundo parte da população, um direito adquirido. Existe o mundo real. A população e as prefeituras devem ser amplamente envolvidas.”
Ele criticou a falta de diálogo. “Já que a arrecadação vai mais para o governo federal e estadual, pelo menos que as cidades e as prefeituras possam participar da decisão. O que a gente sente é que quando chega, a coisa já chega mais montada.”
Apesar disso, elogiou o governo estadual. “Acredito muito que o governo do estado de Minas Gerais tem acertado muito mais do que errado.”
Tarifa de R$ 1 nos fins de semana
Uma das apostas da gestão é a tarifa reduzida de ônibus nos fins de semana, com passagens a R$ 1. A medida entrou em vigor no domingo (27/7).
“Eu considero que é a política pública que mais impacta socialmente a população. Estamos falando de direito de ir e vir, facilidade para arrumar um emprego. E esse investimento está saindo de algum lugar. Tem que se gerar economia.”
O subsídio mensal saltou de R$ 350 mil para mais de R$ 500 mil. O objetivo é ampliar linhas e horários, especialmente para regiões pouco atendidas. “Tínhamos bairros que só eram cobertos com linhas de ônibus uma vez por semana. Outros três vezes por semana, e mesmo assim, não era em horários que permitiam que a população trabalhasse em Pedro Leopoldo.”
Segundo Emiliano, a proposta é fortalecer o centro comercial e promover lazer. “Queremos que a população possa passear com a família, ir à igreja à noite, ir a uma feirinha artesanal. Teve gente que botou R$ 10 no bolso e ficou andando o dia inteiro pela cidade porque a passagem era R$ 1.”
Ele defende que políticas de mobilidade são também ferramentas de inclusão social. “Quando você investe em mobilidade, você fomenta a economia, traz uma população em maior contingente para ser economicamente ativa.”