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Mercosul avança internamente e amplia negociações após adiamento de acordo com a UE

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O encontro antecedeu a Cúpula de Chefes de Estado do bloco, realizada neste sábado (20/12), em Foz do Iguaçu (Marcos Oliveira/Agência Senado)

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Durante a 67ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC), realizada na sexta-feira (19/12), o Mercosul registrou avanços importantes em sua agenda interna, mesmo diante da frustração causada por mais um adiamento da assinatura do acordo de livre comércio com a União Europeia (UE). O encontro antecedeu a Cúpula de Chefes de Estado do bloco, realizada neste sábado (20/12), em Foz do Iguaçu (PR).

Em nota à imprensa, o Mercosul destacou progressos nas negociações para a renovação do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), prioridade da Presidência Pro Tempore do Brasil, assumida em julho de 2025. Desde 2006, o fundo já financiou cerca de 60 projetos, mobilizando aproximadamente US$ 1 bilhão em recursos não reembolsáveis voltados à infraestrutura e à redução das desigualdades regionais.

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Agenda digital e sustentabilidade ganham protagonismo

Outro ponto ressaltado foi o avanço na agenda digital do bloco, com a negociação da Declaração Especial sobre a Proteção da Infância e da Adolescência em Ambientes Digitais, prevista para assinatura durante a cúpula.

O governo brasileiro também apresentou a proposta do programa Mercosul Verde, iniciativa que busca articular políticas de sustentabilidade entre os países-membros. O objetivo é consolidar um marco regional de cooperação em agricultura de baixo carbono, ampliar a credibilidade ambiental do bloco e abrir novas oportunidades para exportações e investimentos sustentáveis.

Setores automotivo e açucareiro avançam nas discussões

Na área comercial interna, o Brasil informou progressos nas negociações para a inclusão dos setores automotivo e açucareiro no livre comércio do Mercosul. Duas reuniões do Comitê Automotivo revisaram o texto atualmente em negociação. Já no setor sucroenergético, foram concluídos os Termos de Referência para a contratação de um estudo sobre açúcar e etanol, que servirá de base para futuras negociações.

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Participaram da reunião do CMC o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, além de representantes da Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai.

Adiamento do acordo com a União Europeia gera frustração

Apesar dos avanços internos, o adiamento do acordo Mercosul–União Europeia dominou os bastidores da cúpula. Após quase 25 anos de negociação, a expectativa era de assinatura neste sábado, mas a formação de uma minoria de bloqueio no Conselho Europeu levou à postergação para janeiro de 2026.

Segundo o Itamaraty, o atraso foi provocado por exigências adicionais de proteção ao agronegócio europeu, especialmente após a Itália se alinhar à França e a outros países contrários ao fechamento imediato do acordo.

Mercosul amplia foco em novos parceiros comerciais

Diante da demora europeia, integrantes do governo brasileiro defendem que o Mercosul concentre esforços em negociações com países dispostos a avançar de forma mais célere. Atualmente, o bloco mantém diálogos com ao menos 11 países, além da revisão de acordos já vigentes.

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Entre os tratados mais avançados está o acordo com os Emirados Árabes Unidos, considerado prioritário. O Mercosul também firmou recentemente acordos com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), Panamá e Singapura, além de manter parcerias vigentes com Índia, Egito, Equador e Colômbia. Novas negociações envolvem Canadá, Reino Unido, Japão, países da ASEAN, Coreia do Sul e diálogos exploratórios com China e República Dominicana.

Europa reafirma compromisso para janeiro

Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reiteraram o compromisso de concluir a assinatura do acordo com o Mercosul no início de janeiro, alegando a necessidade de finalizar procedimentos internos.

Durante a cúpula, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, manifestou frustração com o adiamento. “Estávamos como o noivo esperando a noiva no altar. Perdemos uma oportunidade”, afirmou. Peña assume a presidência pro tempore do Mercosul a partir de janeiro. Lula demonstrou cauteloso otimismo e afirmou que o acordo pode ser assinado já no início da gestão paraguaia.

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Larissa Reis

Graduada em jornalismo pela UFMG e repórter da Rede 98 desde 2024. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2022 (2º lugar) e em 2024 (1º lugar).

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