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Além da eficácia, o novo método traz benefícios na recuperação do paciente (Hospital Madre Teresa/Divulgação)

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Pela primeira vez em Minas Gerais, um tumor no intestinode um pacidente foi removido com uma técnica minimamente invasiva, sem necessidade de cirurgia convencional. O procedimento foi realizado no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte, utilizando tecnologia de ponta que permite retirar completamente a lesão com alta precisão.

A técnica, chamada FTRD (Full-Thickness Resection Device), foi aplicada para tratar um tumor neuroendócrino no reto. Segundo a médica endoscopista Renata Figueiredo, que conduziu o procedimento, o resultado foi um sucesso. “A lesão foi retirada com margens totalmente livres. O paciente teve alta no dia seguinte, sem nenhum tipo de complicação”, afirma em entrevista à 98 News nesta quarta-feira (23/7).

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Como funciona a técnica

De acordo com a médica, o diferencial do FTRD é que ele permite a retirada da lesão com toda a parede do órgão afetado, oferecendo mais segurança e eficácia. “Esse dispositivo retira o tumor e toda a parede. Ele promove, ao mesmo tempo, o grampeamento e a ressecção da lesão. Isso diminui muito o risco de uma perfuração.”

Renata explica que o método pode ser usado em todo o trato digestivo — reto, intestino, estômago e esôfago — e se diferencia das técnicas tradicionais por atingir camadas mais profundas do tecido. “Você não corta superficial, você corta profundo. Ele retira aquela parede totalmente.”

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A técnica não substitui o tratamento de todos os tipos de câncer, mas é indicada para casos específicos. “Esse dispositivo não retira um adenocarcinoma, mas retira tumores neuroendócrinos, lesões subepiteliais, giste e lesões pré-malignas como adenomas”, completa.

Prevenção é fundamental

Mais do que o procedimento em si, a médica reforça a importância da colonoscopia preventiva para identificar tumores silenciosos. “Essa lesão foi identificada numa colonoscopia de rotina. Se o paciente não tivesse feito o exame preventivo, esse tumor não teria sido identificado.”

O câncer de intestino, lembra Renata, não costuma apresentar sintomas em estágios iniciais. “Esse tumor é totalmente silencioso. O paciente não tem sintoma nenhum. E todos os dias identificamos pólipos aqui no hospital que, se não fossem retirados, poderiam futuramente virar câncer.”

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A recomendação atual é que todas as pessoas a partir dos 45 anos realizem a colonoscopia, ou aos 40 anos se houver histórico familiar. “Quando há sintomas como sangramento, anemia crônica, o ideal é começar ainda antes. Mas o protocolo de prevenção começa aos 45 anos”, explica.

Menos risco, mais recuperação

Além da eficácia, o novo método traz benefícios na recuperação do paciente. “O procedimento foi feito somente com sedação venosa, sem anestesia geral. Durou cerca de 30 a 40 minutos e o paciente teve alta no dia seguinte.”

A especialista destaca que o FTRD reduz riscos tanto de metástase quanto de complicações como perfuração ou sangramento. “O paciente se beneficiou muito. Ele encontrou o tumor numa colonoscopia e conseguimos fazer a ressecção com o que há de mais novo no mundo. E sem cirurgia.”

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Avanço para a saúde

O uso da técnica em Minas representa um avanço para o tratamento de doenças intestinais no estado. Embora já utilizada em outros países, esta foi a primeira vez que o FTRD foi aplicado em território mineiro. “É uma técnica inovadora, segura, eficaz e que oferece uma alternativa real à cirurgia convencional para determinados tipos de tumor”, conclui a médica.

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Roberth R Costa

Atuo há quase 13 anos com jornalismo digital. Coordenador Multimídia. Rede 98 | 98 News

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