As habilidades relacionadas à inteligência artificial estão no topo da lista das competências mais procuradas pelas empresas brasileiras em 2025, segundo uma pesquisa realizada pelo LinkedIn. O dado reflete não apenas uma tendência de mercado, mas uma transformação profunda no modo como empresas, grandes ou pequenas, utilizam a tecnologia para otimizar processos.
Para entender como a IA está impactando diferentes setores, a vice-presidente de comunicação e marketing da Associação Brasileira de Inteligência Artificial (ABRIA), Elane Coimbra, conversou com a 98 News. Segundo ela, a inteligência artificial já faz parte da realidade de pequenos e médios empreendedores, não apenas das grandes corporações.
“Hoje a gente tem plataformas de IA que você paga pelo uso. Você pode gerar imagens, vídeos para redes sociais, criar assistentes digitais que vendem enquanto você dorme e personalizar ofertas com base no histórico de compras de cada cliente”, explica Elaine. “O pequeno empreendedor gira mais rápido e tem mais liberdade, pois é o próprio decisor”, completa.
Ela também destaca que a IA pode ser incorporada em todos os estágios do negócio, da criação de produtos à gestão de estoque, passando pelo atendimento ao cliente e previsão de demanda: “Você pode simular novos produtos, montar escalas de trabalho, planejar capital de giro. Tudo o que for repetitivo, que tenha regra clara e dados suficientes, dá para usar IA e ganhar tempo. E tempo é o artigo de luxo do nosso século.”
Mas por onde começar? Para quem deseja se qualificar, Elane recomenda testar plataformas gratuitas, como o ChatGPT, mas também buscar apoio de instituições como Senac, Sebrae, sindicatos e associações. “Existem IA’s gerais e outras customizadas. O ideal é testar, entender o que funciona para o seu setor, e só depois investir”, aconselha.
Sobre a polêmica da substituição de mão de obra por inteligência artificial, Elane aponta que já há redução de postos de trabalho em funções repetitivas, mas que novas profissões estão sendo criadas: “Caixas de supermercado já estão sendo substituídas. Mas a IA não tem pensamento crítico ou liderança. A redução ocorre em atividades não humanas, mas há muitas oportunidades surgindo.”
A representante da ABRIA também falou sobre a criação dos comitês de Educação e Futuro do Trabalho, que funcionam de maneira integrada. “Não separamos essas discussões. Um alimenta o outro. Falamos de educação desde a infância até a velhice. A população inteira terá que se atualizar para acompanhar as novas tecnologias”, afirma.
O comitê tem como objetivo discutir diretrizes, boas práticas e orientar a sociedade sobre a importância da educação contínua para lidar com a velocidade das transformações tecnológicas. “Hoje é IA, mas já estamos vivendo um ciclo com Internet das Coisas e biotecnologia. O mundo está evoluindo cada vez mais rápido”, conclui Elane.