Em sua primeira participação na bancada da 98 News, nesta segunda-feira (30/6), o vereador de Belo Horizonte Hélton Júnior (PSD) defendeu o diálogo como caminho para encerrar a greve dos professores da rede municipal. Ele ainda criticou a falta de participação das empresas de ônibus nas discussões sobre o novo contrato do transporte coletivo da capital mineira.
Sobre o impasse com os professores, o vereador destacou a importância de distensionar o clima e buscar uma solução que contemple a categoria sem comprometer a saúde fiscal do município.
“Esse é o momento que a Câmara de Vereadores está atuando para distensionar o negócio. Porque não dá para ficar nessa perspectiva de que o prefeito é inimigo dos professores, os professores são inimigos do prefeito, a população não entende nada, eu quero levar o meu menino para creche e não tá funcionando”, afirmou.
Hélton reconheceu a importância da categoria, que representa cerca de 40% da folha de pagamento da Prefeitura.
“Eu coloco isso não com uma perspectiva de gasto, porque educação não é gasto, cara, é investimento”, disse. A gente tem que gastar muito com isso mesmo. Mas eu digo também que precisamos resolver essa questão com o maior grau de urgência possível para que a vida volte à normalidade”, completou.
O vereador também ponderou que, diante do cenário fiscal da cidade, é preciso cautela na definição de reajustes. “É importante, na minha concepção, ser até um pouco mais conservador, porque se eu estimo um reajuste que seja mais comedido, eu consigo dentro do exercício ter um certo manejo para cumprir a minha palavra”, explicou.
Empresas de ônibus ausentes
Sobre a renovação do contrato de ônibus de Belo Horizonte, Hélton Júnior criticou a ausência das empresas de transporte coletivo nas reuniões da Comissão Especial de Estudos.
“Eles não têm tido uma boa vontade em colaborar, tanto no subsídio de informação, quanto com a presença, quanto às informações que a gente necessita. Isso tem sido um processo muito complicado”, afirmou.
O vereador ressaltou a importância do transporte suplementar, que atende áreas periféricas da cidade, mas que, segundo ele, também enfrenta desigualdades no tratamento.
“O subsídio é negociado separado deles, em relação àquele montante de mais de 600 milhões de reais que vai para as empresas. Isso é extremamente prejudicial”, destacou.
Para Hélton, fragmentar os serviços do transporte público, como bilhetagem e manutenção, é um caminho quase consensual entre os vereadores. “Fragmentar isso é de fato importante. Qual que é o desafio? Como fazer? Porque nós estamos falando de uma capital, Belo Horizonte é muito grande”, ponderou.
Ciclovia e Guarda Municipal
O vereador também comentou a paralisação da obra da ciclovia da Avenida Afonso Pena, que está judicializada desde o ano passado.
“A Ciclovia da Afonso Pena é um problemão e que eu fico muito triste que tenha sido judicializado. Isso tinha que ser questão nossa, sabe? É aqui dentro de casa que a gente resolve, não tinha que ter parado na justiça”, avaliou.
Na área da segurança, Hélton Júnior defendeu o protagonismo gradativo da Guarda Municipal na proteção da cidade.
“A Guarda Municipal de BH é uma das melhores do Brasil. Dá conta, mas de maneira gradativa. Não pode de uma hora para outra mudar toda a rotina de segurança para a Guarda Municipal porque não vai funcionar”, explicou.
O vereador ressaltou a necessidade de integração entre as forças de segurança. “Não dá para ter uma rivalidade. Cada um tem a sua função ali e a ideia é que tenha mais gente preocupado com a segurança pública das pessoas”, concluiu.