O Brics Pay, conhecido também por “Pix do Brics”, sistema de transferências instantâneas entre países do bloco, está na reta final de testes e deve ser lançado oficialmente no fim do próximo mês. A ferramenta promete mais agilidade e menos custos para turistas e empresas. Ela também será uma alternativa ao Swift, tradicionalmente usado em transações internacionais desde 1973 e que tem o dólar como referência.
A diminuição da dependência da moeda americana é um ponto crucial que tem sido estudado pelos países do Brics, como Brasil, Rússia, Índia e China. Para discutir esse tema e os impactos do Brics Pay, o economista e professor dos cursos de Gestão e Negócios e Relações Internacionais do UniBH, Fernando Sette, participou do Deadline, da 98 News.
O especialista explicou o mecanismo do Brics Pay, destacando a agilidade e a redução de custos nas operações: “A ideia é que as transações entre os países que compõem o Brics ocorra entre as próprias moedas. Então, por exemplo, se o Brasil vai vender pra China, essa transação ocorre em real e yuan. É feita uma conversão, mas eu não perpasso essa conversão para dólar. Então eu faço essa transação de forma muito mais célere e direta, o que envolve necessariamente diminuição de custo”, afirmou.
Fernando Sette, entretanto, também ressaltou que as moedas dos países participantes do Brics não são tão estáveis quanto o dólar: “Em compensação, a gente tem mais oscilação dessas moedas, não tão potentes e estáveis quanto o dólar. E aí, é só mesmo na implementação que a gente vai verificar. Então é um ponto que ainda tem que avançar para poder se estruturar”, finalizou o economista.