Um novo ataque cibernético ao sistema financeiro brasileiro chamou a atenção do país. A invasão aos sistemas da Sinqia, gigante de tecnologia bancária, já é considerada um dos maiores crimes digitais do Brasil, com estimativa inicial de R$ 670 milhões desviados em operações do HSBC e da fintech Artta. O prejuízo pode chegar a R$ 1 bilhão e envolver pelo menos 20 instituições financeiras. O caso acende alerta sobre a segurança do Pix, usado hoje por mais de 160 milhões de brasileiros.
O advogado especialista em crimes cibernéticos, Felipe Ferreira, falou sobre as brechas exploradas e os caminhos para fortalecer a proteção do sistema no programa Deadline, da 98 News. Ele explicou que, por enquanto, as fraudes conhecidas estão concentradas na ligação entre os bancos e o Banco Central, não havendo notícias de que tenham atingido diretamente contas bancárias de clientes ou resultando em vazamento de dados pessoais. Contudo, o ataque revela uma clara fragilidade na arquitetura do sistema.
Ao comparar o incidente atual com um ataque anterior ocorrido em julho, o advogado destacou uma diferença crucial na natureza dos eventos: “A gente ainda não tem informação suficiente, mas no primeiro caso de julho, teve participação inclusive de um funcionário da empresa, então parece menos uma questão tecnológica e mais uma questão de um agente infiltrado ou alguma pessoa que estava ali intencionada a vazar alguma coisa. O caso atual acende um alerta que é realmente um problema tecnológico, uma uma falha de segurança do sistema, porque o Banco Central conseguiu bloquear antes do estrago maior ser feito. Então existe alguma trava que impede uma grande fraude, mas também existe fragilidade que exige melhoras”, afirmou.