Quando falamos em economia, talvez uma das últimas coisas em que a gente pensa seja a moda — mas deveria ser diferente, porque a moda é um dos setores que mais traduz a alma e o potencial de um país. No Brasil, o sistema da moda movimenta cerca de 230 bilhões de reais por ano e emprega quase 1,5 milhão de pessoas diretamente, segundo a ABIT.
É a segunda maior cadeia produtiva do país em geração de empregos femininos. E mais do que números, isso significa impacto social, inclusão e desenvolvimento local. Da costureira que trabalha no interior ao designer que exporta para Paris, a moda brasileira é motor da economia criativa — esse ecossistema em que cultura, inovação e identidade se transformam em valor econômico.
Quando falamos em moda, falamos de território, de repertório e de autoestima nacional.
E o mais curioso é que, em um mundo cada vez mais digital, o design e a estética continuam sendo ativos de crescimento, porque o que vende não é só o produto — é o sentido, o desejo, o pertencimento e a história por trás.
Investir em moda é investir em narrativa, em desenvolvimento e em futuro. Porque, enquanto o mundo discute tecnologia, a criatividade ainda é o recurso mais brasileiro que existe — e talvez esteja aí a nossa verdadeira riqueza: fazer da beleza uma estratégia econômica e da estética um ato de identidade nacional.
