A tecnologia chega, a expectativa cresce e o RH observa da janela. Mais da metade das empresas brasileiras já reconhece o potencial da inteligência artificial, mas somente cerca de um terço a vê como peça-chave para a gestão de pessoas. O paradoxo mora no fato de haver mais poder de IA do que prática de IA. Eu explico.
Sistemas que prometem automatizar recrutamento, melhorar a migração de novos funcionários e personalizar jornadas já existem. A implementação, entretanto, tropeça em variáveis como cultura, preparo de equipes e clareza de caso. No cotidiano da área de recursos humanos, isso se traduz em um dilema real: investir em algoritmos de seleção que ainda não evitam vieses ou seguir com o modelo tradicional?
Liberar tempo dos gestores para focar em estratégia ou manter a urgência das tarefas operacionais? A IA, para ser sutil, precisa de contexto, propósito e não só de código. De acordo com avaliações técnicas, o novo RH não vai ser aquele que delega tarefas à máquina, e sim aquele que coordena sistemas inteiros inteligentes para gerar valor humano. A habilidade de escolher o que permanecerá humano e o que pode ser automatizado torna-se um diferencial.
O desafio não é meramente técnico, ele é estratégico. O futuro da área exige líderes dispostos a aprender com dados, incorporar sensores de cultura, questionar procedimentos e formular métricas. Quando o RH entender que a tecnologia não substitui os relacionamentos — ela os conecta —, ele será capaz de passar da observação para a ação.
O momento é agora. A porta parece aberta, então convide a inteligência artificial a entrar e comece a caminhar junto.