A aprovação, em primeiro turno, do Projeto de Lei que prevê a privatização da Copasa é vista pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), como um passo importante para a adesão do estado ao Propag, acordo que redefine os parâmetros de pagamento da dívida do Estado com a União. Ele também defende que a medida pode aliviar o bolso dos consumidores.
Em entrevista exclusiva ao jornalista Paulo Leite, da 98 News, Zema explica que, embora o Propag não elimine a dívida de Minas Gerais, ele impede que a parcela mensal cresça acima da capacidade de pagamento do Estado.
“O que aconteceu em Minas nos últimos 30 anos foi que o Governo Federal cobrou juros muito superiores ao crescimento da receita. É como uma pessoa que financia uma casa e começa comprometendo 15% do salário. Dez anos depois, já está pagando 50%. Isso inviabiliza supermercado, aluguel, escola… Minas viveu exatamente isso”, afirma.
O governador também defende que a mudança no controle da Copasa é fundamental diante da realidade do saneamento básico no Estado. Ele ressalta que milhões de mineiros ainda não têm água tratada ou coleta e tratamento de esgoto.
“A empresa que assumir a Copasa terá a obrigação de universalizar esses serviços. E isso exigirá investimentos de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões. A Copasa não tem esse recurso, e o governo de Minas, que é o sócio atual, também não”, pontua.
Conta de água mais barata
Zema destaca que investidores privados têm mais capacidade financeira e mais agilidade para executar obras, já que não estão sujeitos às mesmas “amarras burocráticas” das estatais. “Hoje, qualquer contratação da Copasa é feita por licitação. Quem perde questiona, entra na Justiça, e a obra fica parada por um ano. Isso não atende ao interesse do cidadão”, afirma.
Ele rebate também o argumento da oposição de que a privatização levaria a aumentos na tarifa de água e esgoto. Para o governador, ocorrerá o contrário. “O processo está sendo conduzido com total transparência. Não haverá aumento acima da inflação. Minha opinião é que, com uma gestão mais eficiente, e isso pesa no cálculo da tarifa, teremos reajustes menores do que o índice inflacionário”. finalizou.
