O 39º Leilão de Energia Nova “A-5” destinado à compra de energia elétrica proveniente de novos empreendimentos de geração de fonte hidrelétrica, foi concluído no dia 22/8 com R4 26,5 bilhões em contratos negociados. Realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o certame foi exclusivo para construção de usinas de fonte hidráulica e viabilizou a construção de 65 delas, reunindo potência de 815,6 megawatts (MW). A diferença entre o valor-teto do leilão e o resultado dele, é um desconto de 3,16%,refletindo cautela dos investidores diante das mudanças regulatórias no setor, e trará uma economia de R$ 864,8 milhões para os consumidores brasileiros.
Entre as 65 novas usinas, estão 55 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), oito centrais geradoras hidrelétricas e duas usinas hidrelétricas. Elas deverão ficar prontas e começar a arcar com a energia contratada até 01/01/2030, com entrega por 20 anos. Nove distribuidoras compraram a energia dessas usinas.
Os investimentos devem somar R$ 5,46 bilhões, com preço médio de R$ 392,84/MWh (megawatt-hora).
Em leilões de geração de energia elétrica, empresas geradoras competem para vender energia elétrica para distribuidoras e comercializadoras, que a repassam aos consumidores.
Dos 241 projetos cadastrados inicialmente no Leilão de Energia Nova A-5, somente 100 foram habilitados para participar do certame. A principal justificativa para o corte de 141 empreendimentos foi pela falta de margem de escoamento, motivo de 44% das inabilitações. Quase 30% das inabilitações foram por falta de licença ambiental e outros 16% foram por não comprovação de terreno do projeto.
Durante o leilão, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou o impacto social das PCHs. “Asseguramos o presente e o futuro. Se considerarmos o potencial de 13 GW de novas hidrelétricas até 50 MW já colocadas em perspectiva, conseguiremos gerar até 800.000 empregos”, disse.
Silveira ainda defendeu que a energia hidrelétrica é fundamental para a reindustrialização do país. “A retomada das hidrelétricas impulsionam a indústria brasileira. Isso porque dominamos todas as etapas da cadeia de produção, desde a engenharia até a operação”, declarou.
A energia que será produzida é 100% nacional: 96.92% por novos projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) – empreendimentos que há doze anos aguardavam por este Leilão – e 3,08% por Usinas Hidrelétricas (UHEs). Há usinas contempladas em todo o Brasil, sendo que apenas uma está situada no estado do MG, e a maior parte delas está nos estados do Sul do Brasil.
A presidente da ABRAPCH, Alessandra Torres afirmou que “Além da energia limpa e renovável, os empreendimentos hidrelétricos exercem um importante papel socioambiental. Aumentam significativamente as matas ciliares ao redor das áreas de preservação permanente constituídas (3,5 vezes mais), preservam as nascentes, possibilitam a retirada dos lixos dos rios, melhorando a qualidade da água para a população, geram emprego e renda, aumentam o índice de desenvolvimento humano (IDH) da região, geram baixa emissão de carbono, não geram passivos ambientais após esgotamento do tempo de vida útil do empreendimento (como em outras fontes geradoras de energia), entre outros ganhos.
O Brasil, que possui a maior reserva de água doce do mundo, tem pouco mais de 100 hidrelétricas, enquanto países como a China contam com 27 mil reservatórios e a Áustria, do tamanho do Paraná, possui 5 mil usinas. As hidrelétricas são a fonte que pode ajudar a mitigar os impactos das mudanças climáticas, seja reservando água em longas estiagens, seja regularizando vazões em grandes cheias”, finalizou.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta 6ª feira (22.ago.2025) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizará um novo leilão para a contratação de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) até março de 2026. Espera-se que o certame assegure a contratação de até 3.000 MW (megawatts) em usinas de até 50 MW.
Em março de 2025, a matriz elétrica do Brasil contava com 210 GW. De acordo com os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), desse total, 85% são de fontes renováveis e 15% de fontes não renováveis (1% Nuclear). A maior fonte renovável que compõem a matriz de energia elétrica brasileira é a hídrica com 52,39%, seguidas das fontes eólica, solar e biomassa.
Em 2024, o Brasil viu a maior expansão da sua história na matriz elétrica, com um acréscimo de 10,9 GW de potência instalada, impulsionada principalmente pelas fontes renováveis, em especial a solar e eólica, que representaram a maior parte das novas plantas. Foram instaladas 301 novas usinas, o que reflete o foco em fontes renováveis, com a energia solar e eólica respondendo por mais de 91% da potência instalada. A expansão foi significativa, com o país registrando a maior quantidade de novas usinas na série histórica e atraindo investimentos e gerando empregos.
Está certo o governo em realizar leilões que contemplem em leilões específicos novas usinas hidrelétricas.