Você já percebeu a quantidade de pessoas que confundem marketing com branding, como se fosse a mesma coisa? Não, não é. Marketing é a ação, o gatilho, a tática. Branding é a atmosfera, o símbolo, a história que cola. O marketing te convence a provar a bala. O branding faz você sentir nostalgia de infância cada vez que abre esse pacote.
Enquanto o marketing pergunta: “Como eu vendo mais agora?”, o branding questiona: “Como eu existo daqui a 10 anos?”. Percebeu? O marketing é pragmático, ajusta o preço, otimiza o clique, muda a cor do botão. O branding é filosófico, cria sentido, constrói linguagem, inventa pertencimento. O marketing pode ganhar a campanha da temporada. Já o branding define o que será lembrado quando essa campanha virar pó.
Quer um exemplo? O marketing consegue fazer você comprar uma camiseta, mas é o branding que transforma essa camiseta em statement, em uma declaração de identidade, um estilo de vida, uma bandeira política. Marketing é você pagar tráfego para o anúncio aparecer na sua frente. Branding é quando alguém, sem incentivo financeiro, escolhe usar o logo no avatar, no boné ou no feed, porque aquilo virou parte do repertório pessoal.
Essa é a diferença entre a venda de hoje e o capital simbólico que se acumula com o tempo. Marketing é o vendedor bem treinado. Branding é a reputação que ele deixa quando sai da sala — e reputação não se compra em mídia programática, se constrói em narrativa, gesto e detalhe. Quando os dois se encontram, a marca cresce no curto prazo e se solidifica no longo.
Mas se você insiste em achar que açúcar e doce são a mesma coisa, acaba acreditando que basta gastar mais verba. Só que verba acaba. O símbolo, não.