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A obesidade já atinge metade da população adulta e gera custos de até 90 bilhões de euros por ano (Agência Gov/Reprodução)

A obesidade já atinge metade da população adulta e gera custos de até 90 bilhões de euros por ano (Agência Gov/Reprodução)

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Você já pensou por que governos deveriam intervir no que você come? Na Alemanha, o debate sobre impor um imposto sobre alimentos ultraprocessados, o famoso junk food, ganhou força. O motivo vai além da saúde individual.

A obesidade já atinge metade da população adulta e gera custos de até 90 bilhões de euros por ano, pressionando o sistema público de saúde, que sustenta esse peso coletivo. Esse é um típico caso de externalidade negativa: as consequências das escolhas alimentares ruins não recaem apenas sobre quem as faz, mas sobre todo o sistema de saúde. Quando o setor privado não internaliza esses custos, o Estado precisa agir para evitar que o prejuízo seja socializado.

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Na Alemanha, parte dos partidos defende uma abordagem liberal — deixar que a concorrência e a escolha individual regulem o mercado. Mas o histórico mostra que isso não funciona. O imposto sobre o açúcar reduziu em até 29% o teor de açúcar em refrigerantes no Reino Unido. No Chile, rótulos de alerta reduziram significativamente as vendas de ultraprocessados. Já na Alemanha, os esforços voluntários das empresas geraram apenas 2% de redução.

Além de proteger a saúde pública, esse tipo de tributo pode corrigir uma falha de mercado. Quando os efeitos negativos de um produto não são refletidos no preço, o imposto ajuda a alinhar custos privados e sociais, criando um equilíbrio mais eficiente.

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Em economia, não existe alquimia. Impostos sobre junk food não tiram liberdade, mas equilibram incentivos. Eles internalizam custos que, sem isso, recairiam sobre todos. Usar regulação e precificação inteligente não é cercear escolhas; é proteger a saúde pública e promover eficiência social.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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