Por muitos anos, mestres e doutores da educação têm reforçado a importância de promover meios de aprendizagem cada vez mais colaborativos. Mas, na contramão disso, o que ainda vemos são sistemas e modelos educacionais que priorizam rankings individuais, disputas por desempenho e métricas solitárias.
Entre o espírito de grupo e a corrida pelos winners, o que realmente contribui para um aprendizado significativo? O trabalho em grupo, tão comum nas escolas, tem sido cada vez mais discutido. Se antes bastava dar uma tarefa e marcar uma data para entrega, hoje se sabe que é preciso metodologia para que essa prática realmente funcione. Quem nunca viveu a clássica cena: um colega faz tudo e os outros só colam o nome no trabalho final?
Um ótimo livro para quem quer se aprofundar nesse tema é Planejando Trabalho em Grupo, de Elizabeth Corey. Nele, a autora propõe uma divisão de papéis com intencionalidade: o guardião do tempo, o provedor de recursos, o relator. Tudo isso para que o grupo funcione como um corpo e não como uma colcha de retalhos.
Porque sim, não aprendemos a trabalhar em grupo e somos lançados nessas situações o tempo todo: na escola, depois no trabalho, na vida adulta e por aí vai. A má distribuição de tarefas sobrecarrega alguns e alivia outros, criando injustiças que podem atravessar a vida inteira. Talvez aquela sua dificuldade de interagir bem com a sua equipe hoje tenha começado lá atrás.
Estimular a aprendizagem colaborativa é tão importante quanto ensinar o conteúdo. Afinal, viver é quase sempre um exercício de convivência. Saber trabalhar em grupo, saber trabalhar com o outro, é uma aprendizagem que o mundo inteiro está precisando — e muito.