Enquanto os holofotes apontam para a Gen Z ou Geração Z como face da revolução digital, é a Geração X, entre 44 e 59 anos, que está liderando, de forma silenciosa e estratégica, a adoção da inteligência artificial no ambiente corporativo.
Segundo dados recentes da United A, são esses profissionais experientes e maduros que estão mais propensos a integrar ferramentas de IA generativa em seus fluxos de trabalho diários. O dado surpreende — e faz sentido. A Geração X, nascida entre o final dos anos 60 e final dos anos 70, cresceu entre o analógico e o digital. Viveu a transição dos disquetes — lembra deles? —, dos smartphones, dos fax às plataformas em nuvem.
Carrega, portanto, uma rara combinação de memória técnica com aplicabilidade e adaptabilidade pragmática. Ao contrário do estereótipo de resistência à mudança, muitos desses profissionais estão se reinventando como líderes digitais, com uma base sólida de julgamento humano — algo que nenhuma inteligência artificial, por enquanto, pode replicar.
Um estudo da Microsoft de 2024 mostra que 78% dos líderes seniores desejam aprender mais sobre inteligência artificial. Os executivos da Geração X são maioria entre os que já experimentaram ferramentas como Copilot, ChatGPT e Bard para ganho de produtividade e tomada de decisão.
Enquanto algumas gerações entram no jogo da IA para não ficar para trás, os da Geração X entram para construir pontes. Eles não querem o hype, a modinha — eles querem resultado. E talvez seja esse pragmatismo mais maduro que esteja moldando o futuro do trabalho de forma mais equilibrada, onde a tecnologia serve à experiência — e não o contrário.
Então, não é sobre idade. É sobre mentalidade. E a Geração X, com sua bagagem e capacidade de síntese, mostra que ainda tem muito a ensinar — inclusive sobre como liderar transformações sem alarde, mas com profundidade.