Não foi apenas uma visita cordial. O que João Campos fez em Belo Horizonte foi um recado com todas as letras maiúsculas. O PSB quer ser protagonista em Minas em 2026, e está disposto a puxar o tapete de quem estiver cochilando.
O prefeito do Recife, que deve assumir a presidência nacional do PSB, não veio à capital mineira para posar para foto. Veio articular. Convidou, publicamente, o deputado federal Diego Andrade (PSD) a se filiar ao partido e disputar o governo do estado. Sim, ele não sussurrou nos bastidores, falou no microfone, com plateia, olhando nos olhos da velha guarda mineira.
Além disso, elogiou e flertou e “convidou” para se filiar ao partido, Tadeu Martins Leite, presidente da Assembleia Legislativa. João Campos jogou a isca para dois nomes com base, voto e estrutura. Porque ele sabe: em seu campo político, com Rodrigo Pacheco indeciso e Lula esperando um candidato competitivo, o momento de ocupar espaço é agora. Política não tem cadeira vazia por muito tempo.
Detalhe importante. Enquanto os supostos protagonistas seguem em silêncio, quem está fazendo barulho é o PSB. Clésio Andrade, ex-senador e tio de Diego, já trocou o MDB pelo PSB.
Coincidência? Só para quem ainda acredita em Saci Pererê, Mula Sem Cabeça e Papai Noel.
O recado está dado: quem dormir no ponto vai acordar fora do jogo. E se os partidos tradicionais continuarem apostando em discursos mornos e candidatos de última hora, vão acabar engolidos por quem está jogando com ousadia, e antecipação.
O PSB entendeu que eleição se vence nos bastidores, bem antes da campanha. Resta saber quem mais entendeu isso. Porque em Minas, a sucessão já começou. E quem não se mexer agora, vai ficar assistindo ao jogo do banco de reservas.