Ele foi Prêmio Nobel de Literatura e é considerado o grande poeta do amor, mas abandonou a filha com deficiência e admitiu em livro ter estuprado uma mulher. Pois é, a biografia de Pablo Neruda, o grande poeta chileno, tem um lado obscuro. Você acredita?
Ricardo Eliezer Neftali Reyes Basoalto, mais conhecido como Pablo Neruda, é o tipo de celebridade que é melhor não conhecer de perto. Aqui vão três fatos que vão mudar um pouco a forma como você encara o poeta. Número 1: Neruda abandonou sua filha Malva, deficiente, aos dois anos de idade. Fruto de seu primeiro casamento com a holandesa Maruca, a criança nasceu com hidrocefalia e viveu apenas oito anos.
Em cartas a amigos, privadamente, ele se referia à menina como “a vampireza de 3 kg”, “um ponto e vírgula” ou “um ser perfeitamente ridículo” — tudo isso entre aspas. Número 2: em sua autobiografia Confesso que Vivi, Neruda confessa, de fato, ter abusado sexualmente de uma camareira quando serviu como cônsul no Ceilão.
Foi um ato não consensual, consumado “sem palavras” — entre aspas —, um “encontro entre um homem e uma estátua”. Como diria ele mais tarde, relembrando o caso: já que a moça “a tudo assistia, impassível e incapaz de defender-se”, uma vez que nem sequer falava sua língua. Número 3: na versão oficial, Neruda morreu por insuficiência cardíaca decorrente de um câncer de próstata, aos 69 anos.
Mas uma exumação de seus restos mortais, em 2023, encontrou traços de envenenamento por toxina botulínica. Neruda, militante do Partido Comunista, era um opositor ferrenho de Augusto Pinochet e morreu apenas 12 dias após a chegada ao poder do ditador. Bom, resta saber agora, diante desses fatos — aliás, todos eles comprovados, quando não confessados pelo próprio autor —, se você continuará lendo Neruda com a mesma admiração.