O que faz uma marca ser lembrada? Não é preço, nem tamanho de mídia, nem campanha viral. O segredo está no que pesquisadores como Byron Sharp, autor do livro How Brands Grow, chamam de saliência emocional, a capacidade da marca de criar uma conexão afetiva consistente. Marcas que permanecem no coração do público sabem ocupar espaço na mente — e não apenas nas prateleiras.
Pense na Disney: ela não vende apenas filmes, vende experiências que atravessam gerações. Cada detalhe — músicas, personagens, parques — reforça uma narrativa emocional que a gente internaliza. A Coca-Cola idem: o Natal, os anúncios icônicos, o consumo compartilhado. Não é a bebida, é o sentimento associado a ela.
E como aplicar isso sem precisar de bilhões de dólares? Primeiro, encontre um valor emocional central da sua marca. O que ela representa de verdadeiro para quem você quer atingir? Depois, torne esse valor consistente em todos os pontos de contato: redes sociais, atendimento, embalagem, linguagem visual e tom de voz. Cada interação deve reforçar a mesma narrativa afetiva. Marcas que conseguem isso permanecem.
Uma padaria local, por exemplo, que cria rituais e pequenas histórias em torno de cada visita — o pão quentinho da manhã, o atendimento que lembra seu nome — pode gerar lembrança tão forte quanto a de um grande player. O truque é consistência e autenticidade: repetição com propósito, emoção com significado.
No final, a marca que fica no coração do público é aquela que entende que não basta existir, é preciso ser vivida. Cada gesto, cada campanha, cada palavra conta. Quem ignora isso corre o risco de ser esquecido — mesmo com orçamento milionário. A presença permanente nasce quando a marca cria memórias no sentimento das pessoas.