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Donald Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: Reprodução/Instagram/WhiteHouse)

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Na próxima sexta-feira, 1º de agosto, entra em vigor o tarifaço imposto pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros, com alíquotas que podem chegar a 50% sobre as exportações. Com a diplomacia travada e o tempo correndo, os setores econômicos já começam a se movimentar.

Exportadoras de menor porte, principalmente do agronegócio e da indústria alimentícia, correm contra o relógio para se adaptar a esse novo cenário — mesmo sem saber a real extensão do impacto. O movimento é intenso: empresas estão antecipando embarques, renegociando contratos e tentando redirecionar parte da produção para novos mercados, especialmente na América Latina, Ásia e Oriente Médio.

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O esforço, no entanto, é desigual. Grandes empresas conseguem agir com mais agilidade, inclusive abrindo subsidiárias nos Estados Unidos para escapar das tarifas como exportadoras indiretas. Já pequenas e médias, sem o mesmo fôlego financeiro ou estrutura logística, enfrentam sérias dificuldades e risco de paralisação.

Vale lembrar que os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações brasileiras. O tarifaço afeta principalmente produtos de alto valor agregado, como carnes processadas, frutas, sucos e alimentos industrializados. O impacto é direto na cadeia produtiva, nos empregos e na geração de renda de diversas regiões do país. Em alguns casos, exportadores relatam a perda de clientes e mercados construídos ao longo de décadas.

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A situação é ainda mais preocupante diante da resposta morna do Governo Federal. Enquanto o setor privado se desdobra para se defender, Itamaraty e Ministério da Fazenda ainda não apresentaram um plano robusto de negociação ou compensação comercial. Há esforços de mapeamento de novos mercados e de diálogo com parceiros terceiros, mas o tempo é curto e os impactos, iminentes.

Em economia, não existe alquimia — e, nesse caso, os efeitos são profundamente desiguais. As pequenas e médias empresas, que representam a maior parte dos empregos formais no Brasil, são as mais afetadas pela letargia institucional. Com menos margem de manobra, menor acesso ao crédito e estrutura logística mais frágil, tendem a reduzir a produção, cortar empregos e até encerrar operações.

Já as grandes corporações, mais resilientes e internacionalizadas, conseguem absorver o impacto com maior facilidade. Ou seja, a ausência de uma estratégia governamental efetiva agrava a desigualdade competitiva entre os setores e fragiliza ainda mais o tecido econômico nacional.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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