As tarifas impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seguem no centro das preocupações do mercado financeiro brasileiro. Investidores monitoram com atenção cada novo desdobramento envolvendo as relações comerciais entre os dois países. Durante o fim de semana, o governo federal, por meio do vice-presidente da República, informou que está trabalhando na regulamentação da lei da reciprocidade tarifária.
Até terça-feira, deve ser concluído um arcabouço jurídico que permita ao Brasil responder com medidas semelhantes, caso as negociações com os EUA não avancem. Isso não significa, no entanto, que a aplicação da reciprocidade já esteja decidida. Trata-se de uma estratégia preventiva para garantir que o país tenha condições técnicas de reagir, se necessário.
Em entrevista à ABC News, Kevin Hassett, conselheiro econômico de Trump, afirmou que as tarifas contra o Brasil têm caráter estratégico e visam estimular a relocalização da produção para o território americano. No sábado, os EUA anunciaram tarifas de 30% sobre produtos do México e da União Europeia, reforçando a ofensiva comercial.
A instabilidade impactou os mercados. O Ibovespa fechou a semana passada com queda acumulada de 3,60%. Na sexta-feira, o recuo foi de 0,41%, com o índice encerrando o pregão aos 136.187 pontos. Já o dólar futuro teve alta semanal de aproximadamente 2,5%, sendo negociado a R$ 5,59, após valorização de 0,52% na sexta.
A agenda econômica desta segunda-feira está carregada e pode trazer novos sinais para o mercado. Às 8h30, o Banco Central divulga o Boletim Focus. Às 9h, será conhecido o IBC-BR, considerado uma prévia do PIB. E às 23h, sairá o PIB trimestral da China. Tem que estar no radar.