Uma jogada de mestre no xadrez político brasileiro

Siga no

Evento de lançamento do União Progressista (Renato Araújo/Câmara dos Deputados)

Compartilhar matéria

A política brasileira ganhou um novo protagonista. Foi lançada nesta semana a federação entre o PP (Progressistas) e o União Brasil, batizada de União Progressista (UP).

A nova sigla já nasce como a maior força política do país, com 109 deputados federais (dois licenciados), 14 senadores e um peso significativo no Executivo federal: controla quatro ministérios: Comunicações, Desenvolvimento Regional, Turismo e Esporte, além da presidência da Caixa Econômica Federal.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Some-se a tudo isso o fato de que PP e União Brasil elegeram em 2022, 6 governadores: Acre, Roraima, Amazonas, Rondônia, Goiás e Mato Grosso, além de sete prefeitos de capitais nas eleições de 2024: Belo Horizonte, onde Álvaro Damião assumiu com a morte de Fuad Noman, Salvador, Goiânia, Natal, João Pessoa, Campo Grande e Teresina.

Com um orçamento robusto de R$ 951 milhões, oriundos dos fundos partidário e eleitoral, a UP passa a ser a sigla com mais recursos públicos à disposição para as eleições de 2026.

Embora formalmente PP e União Brasil continuem existindo, a federação obriga os dois partidos a atuar como um bloco único no Congresso e nas disputas eleitorais. A aliança totaliza 123 parlamentares no Legislativo federal, tornando a nova federação uma peça-chave para a aprovação de qualquer pauta relevante, e um ator central nas negociações do governo Lula.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Apesar da força, a União Progressista já nasce marcada por tensões internas. De um lado, líderes como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), defendem o rompimento com o governo federal. De outro, o senador Davi Alcolumbre (União) se fortalece como um dos principais aliados do presidente Lula. Já uma terceira ala da federação acena para Tarcísio de Freitas (Republicanos), atual governador de São Paulo e nome forte da direita para 2026.

O comando da nova sigla será dividido entre Ciro Nogueira, do PP, e Antônio Rueda, do União Brasil, num arranjo que deixou de fora nomes influentes como o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira.

Essa movimentação é observada de perto pelo PT com alguns de seus integrantes defendendo o diálogo com a direita moderada para isolar a ala mais radical, hoje representada principalmente pelo PL de Jair Bolsonaro, governabilidade no Congresso.

A União Progressista promete ser protagonista nas eleições de 2026, seja indicando um nome próprio, compondo alianças ou orientando o futuro da política nacional. Até lá, seu maior desafio será encontrar equilíbrio entre suas diversas correntes internas, e transformar sua força num projeto coeso de poder.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Compartilhar matéria

Siga no

Paulo Leite

Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks. Apresentador do programa Café com Leite.

Webstories

Mais de Entretenimento

Mais de Colunistas

Mais impostos à vista? O alcance da MP 1303

Dólar recua e mercado espera corte de juros nos EUA

Exclusivo: de olho em 2026, Mateus Simões vai deixar o Novo e migrar para o PSD de Kassab

Super Quarta no radar: Brasil e EUA decidem rumos da política monetária

A conta da inexperiência: por que profissionais prontos valem cada centavo

Indústria automotiva em marcha lenta: o Brasil perde espaço no cenário global

Últimas notícias

Dia Nacional do Caminhoneiro lembra importância da categoria

Prefeito de Varginha anuncia ampliação do terminal ferroviário: chamamento em outubro e entrega em fevereiro

Desemprego recua para 5,6%, a menor taxa desde 2012, mostra IBGE

Atlético monta logística especial para minimizar efeitos da altitude; entenda

Pedágio da BR-381 começa a ser cobrado dentro de 10 dias, veja valores

Robert Redford morre aos 89 anos: astro de Hollywood e fundador do Festival de Sundance

Entre na trend: aprenda a fazer foto polaroid com seu ídolo no Gemini Ai

Influenciador mineiro é detido nos Emirados Árabes após entrar na lista da Interpol

Tomas Lindberg, vocalista do At The Gates, morre aos 52 anos