Muita gente confunde assertividade com estar certo — e não é nada disso. Ser assertivo não é impor razão nem vencer debate, é expressar ideias com clareza, sem agressividade ou submissão, com foco no resultado da comunicação, não no desabafo.
Esse equívoco é comum até entre profissionais experientes. Alguns acham que estão sendo assertivos, quando na verdade estão sendo rudes. Outros, com medo de parecerem duros, evitam o conflito. O problema é que comunicação hesitante, você já sabe…
Segundo Albert Ellis, psicólogo criador da Teoria Racional-Emotivo-Comportamental, a comunicação assertiva é uma das bases para relações saudáveis e funcionais. E, no ambiente de trabalho, ela é o que separa quem se impõe com inteligência de quem apenas fala grosso ou fica calado.
Na prática, como aplicar?
Ao dar retorno — o que conhecemos como feedback — vá direto ao ponto, sem rodeios como: “Então, né? Eu só queria dizer que…” Troque por: “Quero conversar sobre esse ponto específico, e aqui está o que precisa melhorar.”
Ao recusar uma demanda, não invente desculpas. Diga: “Não posso assumir isso agora porque estou com essas entregas em andamento. Podemos pensar em outra opção?”
E ainda, ao se posicionar numa reunião, evite florear com: “Quem sabe, acho, me parece que…” Prefira: “Minha análise é essa. Os dados apontam para esse cenário. Minha recomendação é seguir por aqui.”
Ser assertivo não é ser frio — é ser funcional. É deixar claro o que você quer, pensa ou espera, com educação, mas sem submissão. É alinhar intenção, linguagem e tom. E isso se aprende.
Treine o olhar sobre si mesmo: como você reage quando é confrontado? Como inicia conversas difíceis? Como lida com interrupções? Quanto mais você se percebe, mais você ajusta — e mais impacto você gera.
Comunicar com assertividade é saber ocupar seu espaço. Nessa construção, a voz é sua. O argumento também. Quem tem a palavra é você.