Kalil de volta ao tabuleiro político mineiro

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Reprodução / Rede 98

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O ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, deu uma entrevista na manhã desta terça-feira (19/08) aos jornalistas Guilherme Ibraim e Laura Couto no programa Start da 98 News. Com o estilo que marcou sua passagem pelo poder: direto, provocador e sem meias palavras. Entre elogios a si próprio e críticas afiadas aos adversários, Kalil mostrou que não está aposentado da política. Pelo contrário: já se movimenta para 2026 e, pelos números que exibe, sabe que tem espaço no jogo.

Raio X de Belo Horizonte 

Ao falar da capital mineira, Kalil foi pragmático. Reconheceu que é cedo para avaliar a gestão de Álvaro Damião, mas apontou o que considera o maior desafio da cidade, a falta de espaço físico para crescer. Aposta em obras estruturais, viadutos, contenções e intervenções urbanas, como únicas alternativas para dar fôlego a uma metrópole cercada por morros. E não deixou de ironizar o devaneio de prédios de 50 andares: “O problema não é erguer, é o que vai andar embaixo. Sem metrô, BH não vira Dubai”.

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Kalil também entrou no debate sobre transporte público e tarifa zero. Foi taxativo: “Não tem almoço de graça, alguém vai pagar”. Para ele, insistir no tema sem indicar de onde sairá o dinheiro, se na saúde, educação ou merenda, é ilusão. Relembrou que em seu governo segurou tarifas por quatro anos e arrancou melhorias dos empresários sem custo adicional. Na sua visão, falta ao poder público “coragem e moral” para negociar com o setor.

Kalil e a política

Kalil tentou se descolar de rótulos partidários. Disse que em eleição municipal o partido “não vale nada” e que, mais uma vez, escolherá a legenda que quiser. Reconheceu erros em alianças passadas e jurou que, em 2026, não terá “companheiros de caminhada” que lhe deram dor de cabeça. Seu discurso é o de quem quer disputar o governo de Minas, mas mantém aberta a porta do Senado.

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Crítico a Romeu Zema, acusou o governador de não entregar o que prometeu e de dobrar a dívida do Estado. Segundo Kalil, depois de seis anos de gestão, Zema na visão de Kalil, não apresentou sequer um “PowerPoint de promessas”, o que não dá a ele dimensão para uma candidatura presidencial. Reafirmou seu próprio contraste. Para ele o embate será entre quem fez e quem não fez. Ele quer apresentar-se como que fez. “Fiz no Atlético, fiz na prefeitura e, se for ao governo, faço lá também”, disse Kalil..

Sobre sua recente condenação por improbidade, Kalil desdenhou. Resumiu o caso a uma simples “retirada de uma cancela instalada desde 2004” e garantiu que a decisão não se sustenta. Ao mesmo tempo, celebrou a absolvição em outra ação de corrupção passiva, destacando que foi o único a não aceitar acordo com o Ministério Público. Mais do que defender-se, disse que é vítima da burocracia judicial e reforçar sua imagem de outsider.

Kalil admite que se surpreendeu com seus índices nas últimas pesquisas, cita a pesquisa Real Time Big Data, dizendo que mesmo sabendo como ela foi encomendada, dá a ele 27% das intenções de voto para governador. Para ele, o número é a prova de que ainda há memória positiva de sua gestão, mesmo após anos fora do poder. E, com esse capital político, sinaliza que está disposto a disputar: “O que me assusta são os meus números. O povo ainda acredita que eu posso dar solução a este Estado quebrado”.

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Alexandre Kalil voltou ao debate público como sempre fez: misturando confissão, ironia e promessa. Criticou Zema, relativizou a tarifa zero, rejeitou a caricatura de esquerda ou direita e lançou a si mesmo como candidato da “obra feita”. O discurso político de Kalil continua afiado, resta saber se o eleitor continua atento ao estilo Kalil de fazer política.

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Paulo Leite

Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks. Apresentador do programa Café com Leite.

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