Uma história curiosa dos bastidores do Lollapalooza veio à tona com a publicação do livro Lollapalooza: The Uncensored Story of Alternative Rock’s Wildest Festival – A história sem censura do festival mais selvagem do rock alternativo – escrito pelos jornalistas do New York Times Richard Bienstock e Tom Beaujour. Entre os relatos, um episódio inusitado envolvendo o Green Day e o criador do festival, Perry Farrell, chama atenção: a banda quase ficou de fora da edição de 1994 por ter sido considerada… uma boy band.
Segundo o livro, a polêmica começou quando Farrell, vocalista do Jane’s Addiction e idealizador do Lollapalooza, abordou John Rubeli — que atuava como gerente de palco do festival na época — com uma objeção direta. “Não consigo pensar em uma única vez que Perry tenha rejeitado ou vetado uma banda – exceto o Green Day. Ele disse: ‘Eles são uma boy band. Eu não quero contratar uma boy band’”, relembrou Rubeli.
Leia: Green Day vai virar filme: banda prepara comédia para as telonas
Para Billie Joe Armstrong, vocalista do Green Day, a rejeição foi um golpe duro, especialmente vindo de alguém que ele admirava. “Para nós foi realmente decepcionante, porque Perry era alguém que realmente respeitávamos”, disse. “Acho que isso nos fez querer tocar ainda mais, na verdade, porque queríamos provar que ele tinha a cabeça muito enfiada na própria bunda”, disparou, sem papas na língua.
O descontentamento da banda se refletiu no palco. Durante uma apresentação, Armstrong chegou a dedicar a música “Chump” a Perry Farrell, em um gesto nada sutil de protesto.
Apesar do climão, a história teve um desfecho pacífico meses depois. No lendário Woodstock 94, Billie Joe e Perry Farrell finalmente se encontraram e selaram uma trégua com um breve aperto de mãos.