Já estamos em guerra? A nova Guerra Fria do século XXI é digital

Siga no

Diferente da guerra convencional, onde se vê destruição nas ruas, a cyber guerra atua na escuridão: dados vazados, hospitais paralisados, empresas quebradas, eleições manipuladas (foto:freepik.com)

Compartilhar matéria

Vivemos tempos de tensão global. Conflitos armados pipocam pelo mundo, enquanto potências disputam influência com sanções, tarifas comerciais e narrativas midiáticas. Mas há uma guerra menos visível — e talvez mais perigosa — acontecendo debaixo dos nossos olhos: a cyber guerra. A pergunta que fica no ar é direta: já estamos em guerra?

A resposta é um inquietante sim. E o campo de batalha é o ciberespaço.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

A Nova Guerra Fria: agora com cliques, não tanques

A antiga Guerra Fria dividia o mundo entre ideologias. Hoje, a divisão é digital. Governos, empresas e até cidadãos comuns se tornaram alvos e soldados involuntários de uma guerra silenciosa, feita de malwares, ransomwares, espionagem, sabotagem e desinformação em massa.

Os inimigos não usam fardas. São hackers, grupos mercenários digitais e até inteligências artificiais treinadas para atacar infraestruturas críticas.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O que dizem os especialistas: o mundo já reconhece o novo conflito

Para Lars Møller, general dinamarquês, a supremacia da Rússia no “novo modelo de guerra” — que inclui ciberataques, drones e operações psicológicas — obriga países ocidentais a repensarem sua defesa. Segundo ele, essa guerra exige agilidade, estratégia híbrida e inteligência digital. O campo de batalha não está mais nos mapas, mas nos servidores e algoritmos .

O conflito Rússia x Ucrânia mostra isso claramente. Enquanto mísseis caem nas cidades, ciberataques destroem sistemas de saúde, energia, bancos e serviços públicos. Em 2024, só na Ucrânia, o volume de ataques digitais aumentou 70%. E do outro lado, a “IT Army of Ukraine” lançou mais de 300 ofensivas cibernéticas contra sistemas russos .

Tim Maurer, autor de Cyber Mercenaries, alerta: os governos estão terceirizando a guerra para grupos de hackers. Esses “soldados digitais” agem como mercenários do ciberespaço — e isso torna quase impossível saber quem está por trás de cada ataque .

O Manual Tallinn, elaborado por juristas e especialistas em guerra cibernética, tenta estabelecer normas para conflitos digitais. Mas, até agora, o mundo ainda carece de uma regulação eficaz que responsabilize autores de ataques ou estabeleça limites éticos para essa nova forma de guerra .

A Guerra Invisível tem alvos reais

Diferente da guerra convencional, onde se vê destruição nas ruas, a cyber guerra atua na escuridão: dados vazados, hospitais paralisados, empresas quebradas, eleições manipuladas. As armas são códigos. E o estrago é real.

Essa guerra não tem hora pra começar — ela já está acontecendo enquanto você lê este texto. Talvez até no seu próprio dispositivo.

Mapa ao vivo da guerra cibernética 

E o Brasil? No fogo cruzado

O Brasil, mesmo longe dos campos de batalha armados, é um dos países mais visados em ciberataques. Já vimos tribunais, ministérios, estados e grandes empresas enfrentarem crises após invasões. O problema? Muitas vezes, a resposta é tímida — e a população sequer é informada.

Estamos vulneráveis. E ainda não levamos a cibersegurança tão a sério quanto deveríamos.

Conclusão: A guerra começou. O mundo ainda está dormindo.

Não há mais como negar: já estamos em guerra. E o inimigo não precisa cruzar fronteira basta um clique.

Precisamos tratar segurança cibernética como prioridade estratégica. Isso vale para governos, empresas e também para nós, cidadãos. Porque cada senha fraca, cada link suspeito clicado, cada sistema sem atualização é uma brecha aberta para um ataque.

A nova Guerra Fria não é ficção científica. É presente. E ignorá-la é um luxo que não podemos mais nos permitir.

Compartilhar matéria

Siga no

Harlen Duque

CEO Sucesu Nacional e líder em transformação Digital na Wblio , especialista em transformação de negócios pela Stanford University , piloto de automobilismo virtual e um apaixonado pela cultura de inovação.

Webstories

Mais de Entretenimento

Mais de Colunistas

Governo federal cobra prazo, mas não entrega as condições

STF impõe prazo de 90 dias para redução de incentivo a exportadores

Censura sob medida: o perigo de escolher quem pode ofender

Dia mundial do Meio Ambiente: hora de agir

Reforma do Código Civil: o remédio mais caro que a doença

Conta de luz mais cara em junho: o que está por trás da bandeira vermelha e como se proteger

Últimas notícias

Desmatamento cresce 92% na Amazônia em maio com queimadas

Kaio Jorge destaca momento do Cruzeiro e elogia Jardim: ‘é o gás do time’

Macron anuncia isenção de visto para brasileiros na Guiana Francesa

Estação do metrô de BH amplia vacinação contra a gripe na próxima semana

Defesa de Robinho protocola no STF novo recurso contra prisão

Por unanimidade, STF nega recurso e mantém condenação de Zambelli

Róger Guedes admite sondagem do Cruzeiro, mas prioriza Corinthians em possível retorno ao Brasil

Novas marcas de azeite são desclassificadas pelo governo por fraude

Moraes nega pedido de Bolsonaro para adiar ação sobre suposta trama golpista