Belo Horizonte recebe a Semana Fashion Revolution, até o dia 26 de abril, com oficinas, rodas de conversa e painéis no Museu da Moda, de forma gratuita. O movimento é parte de uma mobilização global em prol de um mercado de moda mais ético, justo e transparente.
A Semana Fashion Revolution nasceu após o desabamento do edifício Rana Plaza, em Bangladesh, em 24 de abril de 2013. A queda resultou na morte de mais de mil pessoas que trabalhavam em condições inadequadas para grandes marcas de moda. Cerca de 2.500 pessoas ficaram feridas.
Em resposta, a Semana Fashion Revolution ocorre anualmente em mais de 70 países. Neste ano, o movimento segue o tema “Pense Global, Aja Local: quem é o Brasil na Revolução da Moda?” Em BH, o movimento está em sua 11ª edição, com performances e encontro entre criadores, estudantes, ativistas e especialistas.
“A queda do prédio em Rana Plaza expôs as condições de trabalho com as quais essas grandes marcas produziam, e aí foi um escândalo, trouxe à tona o que acontece para que as roupas sejam produzidas”, disse à Rede 98 Sâm Merrighi, membro do comitê executivo do Fashion Revolution BH.
Segundo Sâm, um ano após o colapso em Bangladesh, iniciou-se o movimento a partir da hashtag “Quem Criou a Minha Roupa”. “Então quem fez, como que fez [as roupas], para a gente começar a questionar a indústria da moda, como ela produz as roupas e nós não comprarmos em qualquer condição”.
“Uma roupa que a gente compra que é mais barata, às vezes ela tem o preço baixo porque é feita com mão de obra infantil, mão de obra escrava”, explicou Merrighi.
Neste ano, a Semana Fashion Revolution destaca os saberes locais, condições de trabalho e a emergência climática como pilares para transformar a moda brasileira. De acordo com a especialista, Belo Horizonte demonstra um desejo por se aproximar de pautas sustentáveis em relação ao mercado em questão.
“A gente tem as universidades, a Una, Fumec, UEMG, que também trazem essa pauta para dentro em semanas de moda. A UEMG fez um trabalho enorme ano passado, mostrando a força da economia criativa e a moda como elemento transversal dentro da economia criativa, porque ela passa pela cultura, pelo meio ambiente e pela indústria”.
Confira a programação dos próximos dias da Semana Fashion Revolution:
Quinta–feira, 24/4
Roda de conversa: como as políticas públicas podem servir para o avanço da moda sustentável
Horário: 19h às 20h30
Vagas: 100
Mediação: produtora cultural Caroline Campos
Participantes: ex–conselheira estadual de moda de MG Giovanna Penido, estilista Suzana Rabello e presidenta da Anamab Makota Kisandembu
Inscrição: https://www.sympla.com.br/evento/como-as-politicas-publicas-podem-servir-para-o-avanco-da-moda-sustentavel/2911281
Sexta–feira, 25/4
Oficina Montagem Drag – Sustentabilidade e criatividade
Horário: 14h às 18h
Oficineiro: Yonika Iconika (designer de moda Jeferson Silveira)
Esgotada
Conexões locais, reflexões globais: a extensão universitária em moda
Horário: 19h às 20h30
Vagas: 100
Mediação: doutoranda e mestre em arte Marina Seif
Participantes: doutora em artes visuais Angélica Adverse, designer Julia de Assis e doutora em design Maria Paula Guimarães
Inscrição: https://www.sympla.com.br/evento/conexoes-locais-reflexoes-globais-a-extensao-universitaria-em-moda/2911285
Sábado, 26/4
Roda de conversa: novos criadores
Horário: 10h ao meio–dia
Vagas: 100
Mediação: produtora cultural Lorrane Nascife
Participantes: costureiro Paulo Henrique (Dedão), artista gráfica Rae Maciel, fotógrafo Lucas Pietro e ex–dançarino Lucão.
Inscrição: https://www.sympla.com.br/evento/novos-criadores-emergencia-e-potencia-da-moda-local/2911286?_gl=1ohjmqn_gcl_auMjEyNjIxMDQxMC4xNzQ0Mzg2OTY0_gaMTEwNjQ5NDg1NS4xNzM1OTM1OTc4_ga_KXH10SQTZF*MTc0NDQwMDQ0My45LjEuMTc0NDQwMDQ1Ni40Ny4wLjQ3NTg2NTAwOA
Dia de Manualidades + Atrações culturais
Horário: 14h às 18h
Local: Praça da Liberdade
Projetos: Encontrinho para fazer arte manual, projeto de transformação de peças de roupas e palhaçaria da artista Dera.