Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, avalia que a redução da jornada de trabalho no Brasil pode comprometer a produtividade e travar o desenvolvimento do país. Roscoe comentou o assunto durante entrevista na 98 News nesta quinta-feira (22).
Para o presidente da Fiemg, a diminuição da escala 6 x 1 não resolve o problema central da economia brasileira. “O Brasil é, hoje, o país que menos aumenta produtividade no mundo. Porque o tempo todo estamos criando dificuldades, regras e normas para que as pessoas possam ser mais produtivas”, afirmou.
Segundo ele, a legislação trabalhista atual não acompanha as transformações do mercado. “Hoje, nós temos uma dificuldade muito grande porque o mundo está em transformação e boa parte das pessoas não querem ter trabalhadores com carteira assinada, mas a nossa lei exige. E toda flexibilização que tem na lei, os mesmos que estão defendendo a redução da jornada, dizem que é precarização do mercado de trabalho”, diz.
Roscoe defende que as pessoas sejam ouvidas sobre a redução da escala. “Mas eles não perguntam para o cidadão. O cidadão não quer carteira assinada, muitas vezes mais. A pessoa que está começando hoje quer ter flexibilidade, quer ter seu horário construído, mas a lei não permite que o empresário contrate dessa maneira, nem a justiça”, pondera.
Para Roscoe, a falta de flexibilidade trava o avanço do país. “Em vez de se resolver o problema, que é flexibilizar o mercado de trabalho para aqueles que podem trabalhar menos o fazerem, nós vamos regulamentar por lei, o trabalho continua estático, cheio de normas, cheio de regras, cheio de custos para quem está trabalhando em um emprego formal e vamos diminuir formalmente a jornada de trabalho”.