A Fifa endureceu, nesta quinta-feira (29), as punições para casos de racismo no futebol ao aprovar um novo Código Disciplinar. O texto, validado por unanimidade pelas 211 associações-membro, prevê multas de até R$ 34 milhões, perda de pontos e até exclusão de clubes e federações de competições. A medida amplia o combate à discriminação e dá mais poder a jogadores e integrantes das equipes para denunciarem ofensas diretamente ao árbitro.
Outra inovação está prevista no artigo 15 do novo Código, intitulado “Discriminação e Racismo”, que aperfeiçoa o protocolo criado no ano passado. Antes, o árbitro deveria sinalizar casos de racismo adotando três medidas: parar o jogo, suspender a partida e, em último caso, encerrar o confronto. Agora, com o novo Código, qualquer jogador ou integrante das equipes pode informar ao árbitro caso tenha sido vítima de racismo, para que o juiz aplique imediatamente o protocolo. Em caso de continuidade das ofensas, a partida poderá ser paralisada ou, até mesmo, encerrada.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, reiterou que a entidade está empenhada em combater casos de discriminação.
“Racismo não é só um problema para atacar no futebol. Racismo é, simplesmente, um crime. E, por isso, estamos trabalhando com diferentes governos e com a ONU para garantir que a luta contra o racismo esteja inserida na legislação criminal de cada país do mundo”, afirmou o dirigente durante o Congresso da entidade em Assunção (Paraguai), no último dia 15.
O Código Disciplinar publicado nesta quinta (29) também amplia o poder da Fifa. A entidade se reserva o direito de interpor recurso ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) contra decisões em casos de abuso racista, bem como de intervir nas situações em que uma associação-membro não investigue adequadamente os incidentes de racismo nem processe o(s) infrator(es).