O custo da cesta básica em Belo Horizonte registrou, em maio, a maior queda de 2025. Segundo a Fundação IPEAD/UFMG, o valor caiu 2,17% em relação a abril, ficando em R$ 755,68. O número representa o gasto médio mensal de um adulto com alimentação na capital mineira. Ainda assim, o valor continua elevado: a cesta representa 49,78% do salário mínimo vigente.
“A cesta ainda continua muito cara, né? O valor nominal dela que fechou em maio ficou em R$ 755,68. Se a gente considerar que isso representa o consumo para um trabalhador adulto durante um mês, ainda é bastante elevado”, afirmou Eduardo Antunes, gerente de pesquisa da Fundação IPEAD/UFMG, em entrevista à 98 News nesta segunda-feira (9/6).
Carnes e arroz em queda puxaram a redução
A diminuição nos preços de alimentos básicos foi determinante para a redução no custo da cesta. “A carne caiu no último mês, então foi o principal produto que fez a cesta recuar bastante. A gente teve também o recuo do arroz, que apresentou uma queda importante. O tomate também caiu pelo segundo mês seguido”, explicou Eduardo.
A cesta básica é composta por 13 itens definidos a partir dos hábitos de consumo de um trabalhador adulto. Entre eles estão arroz, feijão, carne, tomate, pão e café.
Café da manhã mais caro
Apesar da queda no valor total, itens típicos do café da manhã ficaram mais caros. “A manteiga subiu quase 4%, o café subiu novamente 3,50% e o pão francês subiu 1,76%. Infelizmente, o café da manhã da população da cidade de Belo Horizonte ficou um pouco mais caro agora nesse período”, disse Eduardo.
No caso do café, a alta tem sido constante. “Ele praticamente dobrou de preço em relação ao mesmo período do ano passado. A gente percebe no mercado alguns produtos já abaixo até de R$ 30, considerando o pacote de 500 g, mas ainda há uma pressão muito forte.”
Perspectivas para os próximos meses
Não há consenso sobre a tendência de preços para os próximos meses. Segundo Eduardo, os dados de junho ainda estão sendo levantados. “A cesta apresentou um movimento de recuo. Provavelmente, pode ser que esses produtos neste período de junho também acompanhem o recuo que a cesta apresentou em maio e também apresentem algum recuo. A gente tem que observar para ter uma clareza melhor sobre em qual movimento, em qual sentido realmente eles vão tomar daqui até o final do ano.”
Ele lembra que os produtos mais sensíveis às oscilações continuam sendo os de maior impacto sobre o custo da alimentação. “Todos os produtos são muito importantes, mas alguns, como carne e tomate, têm maior peso tanto para subir quanto para cair o custo da cesta.”