Com 35 milhões de brasileiros endividados junto a instituições financeiras, a Serasa iniciou um mutirão nacional exclusivo para renegociação de débitos bancários. A ação vai até o dia 30 de junho e oferece descontos que podem chegar a 97%. Especialista do Serasa, Marcos Luz comentou o mutirão em entrevista na 98 News, nesta terça-feira (17/6).
“Atualmente, quando nós olhamos para toda inadimplência no cenário nacional, temos cerca de 77 milhões de brasileiros que estão negativados, né? É muita gente, é um recorde. E desses 77 milhões de brasileiros, cerca de 28%, quase um terço, possui dívidas com o setor bancário, principalmente cartão de crédito.”
Segundo Marcos Luz, especialista da Serasa, a campanha mira justamente o tipo de débito que mais pesa nas contas do consumidor.
“Dado essa alta de influência, esse cenário e que é o principal contribuidor dessa de influência, a Serasa juntamente com os bancos, instituições financeiras, decidiu, em parceria, lançar esse mutirão de renegociação de dívidas, que começou ontem e vai até o dia 30 de junho, justamente para ajudar o brasileiro a empalome, conseguir contribuir aí para a redução da inflação.”
Como funciona
O acesso é digital e gratuito. Basta baixar o app da Serasa ou acessar o site, fazer o cadastro com CPF e conferir as ofertas.
“A pessoa precisa baixar o aplicativo da Serasa, caso ela não possua em seu celular. Se ela não tiver um cadastro, tem que fazer ali um cadastro rapidinho com o CPF, colocar um número de contato, o e-mail. E aí uma vez feito o cadastro, feito o login, a entrada no aplicativo — seja para iOS, Android ou computador — ela consegue clicar ali em ‘ver ofertas’, ver dívidas e enxergar todos os débitos que ela possui em seu nome, seja com banco, seja com outras instituições”, explica.
As propostas são flexíveis: o usuário pode optar pelo pagamento via Pix, boleto ou parcelado. “Durante esse período do mutirão, os bancos e as instituições financeiras estão dando até descontos que podem chegar a 97%. São condições interessantes para que o brasileiro consiga aproveitar.”
“Ele precisa escolher ver as condições que quer, se vai pagar no Pix, no boleto, quanto vai parcelar, a data de vencimento, e aí ele fecha o acordo. Depois, precisa realizar o pagamento conforme a data que escolheu e as próximas parcelas também”, diz Marcos.
Planejamento e prioridades
A plataforma permite visualizar várias dívidas e selecionar quais negociar primeiro. Marcos Luz explica que é importante elencar prioridades. “O brasileiro tem em média até de quatro a cinco dívidas. Então, geralmente são pessoas com muitas dívidas. Ela seleciona ali a prioridade conforme o planejamento financeiro dela, com o recurso que tem naquele momento e que vai ter no futuro, e consegue escolher por prioridade a dívida que vai querer renegociar, com as condições e método de pagamento que ela escolher.”
E a recomendação é clara. “Existem dívidas que são negativadas, que é quando o brasileiro tem ali um restritivo no nome, de fato. É quando até outros credores conseguem consultar o nome dessa pessoa, o score, que é tão importante para conceder crédito”, disse.
“E tem dívidas que não estão negativadas, que são apenas atrasadas ou porque passaram de cinco anos, ou porque o credor optou por não negativar. Então, essa análise indica que o consumidor priorize as dívidas negativadas, porque são essas que vão impactar no score e numa possível concessão de crédito posteriormente.”
Minas entre os estados com mais negativados
O especialista do Sebrae explica que Minas é o terceiro estado em inadimplência em número bruto. “Não é o estado que está mais endividado percentualmente, mas em termos brutos é o terceiro, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. Hoje, Minas está com aproximadamente 7 milhões de pessoas negativadas. Desses, 3 milhões possuem uma dívida com o setor bancário.”
“Quando olhamos só para capital, Belo Horizonte possui cerca de 1 milhão de mineiros que estão nessa condição. Quase metade, 460 mil, possuem dívidas com bancos.”
Bancos, fintechs e securitizadoras participam
Além de bancos tradicionais, fintechs e empresas que compram dívidas (securitizadoras) também estão no mutirão. “As instituições também são instituições financeiras, que conseguem conceder crédito, reguladas junto ao Banco Central. Durante esse mutirão, são mais de 40 empresas que estão no setor — sejam bancos grandes, digitais ou fintechs que concedem crédito. Também participam as securitizadoras, que são empresas que compram dívidas de outras empresas.”
Até quando vai o mutirão?
O mutirão vai até o dia 30 de junho.