O sumiço de uma arara-canindé que virou símbolo de Moeda, cidade na região Metropolitana de Belo Horizonte, gerou comoção e mobilizou políticos do município nos últimos dias.
Conhecida como Mascote, a ave foi recolhida e entregue ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA (Cetas-MG), “de forma silenciosa, sem qualquer comunicação com a população”, conforme informou a prefeitura.
Nessa segunda-feira (16/6), Décio Lapa (União Brasil), prefeito de Moeda, se reuniu com profissionais do Cetas-MG para entender a situação. O chefe do Executivo municipal, porém, voltou com uma má notícia para a população da cidade: a arara Mascote não deve voltar ao município.
“Com tristeza, informamos que nossa mascote, nosso símbolo de liberdade, infelizmente não retornará para Moeda. Ainda assim, a luta pelo seu retorno continua, e seguiremos fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance, dentro das possibilidades legais e técnicas, para que ela volte para a cidade que escolheu”, lamentou a prefeitura de Moeda, em publicação nas redes sociais.
A ave está passando por um período de quarentena e, em seguida, deverá ser reintroduzida à natureza. O objetivo desse processo é que ela esqueça o contato com os seres humanos e recupere os instintos naturais da espécie.
“O ponto mais importante a ser esclarecido é: caso ela não consiga ser reabilitada para a vida na natureza, o destino dela será a permanência em cativeiro! Não desistimos dela! Ela sempre fará parte da nossa história. Nossa voz ecoou pelos quatro cantos do mundo, mostrando o quanto ela é importante para todos nós. E, caso, em algum momento, ela possa ser reintroduzida à natureza, torcemos para que reencontre o caminho de casa: Moeda-MG”, finalizou a prefeitura.
Em nota enviada a 98, o IBAMA informou que o espécime de Arara canindé em questão seguirá em observação durante 15 dias, período em que ocorre sua adaptação à dieta balanceada indicada para a espécie. Em seguida, será iniciado o processo de reabilitação com sua inclusão em um grupo. Assim, em um futuro próximo, após avaliação da equipe do Cetas, ela terá condições de retornar à natureza.
“A região de Moeda possui ocorrência histórica de araras, porém os últimos registros remontam a 1890. Dessa forma, a equipe do Cetas avalia que soltar essa arara, sozinha, na região não é o melhor destino para ela. Araras são animais de bando e devem permanecer junto aos seus.” concluiram.