O embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, acusou neste domingo (22/6), a Organização das Nações Unidas e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de omissão diante dos ataques dos Estados Unidos e de Israel a instalações nucleares iranianas.
Em discurso no Conselho de Segurança, o diplomata afirmou que a ofensiva expôs a “falência moral, política e legal” do sistema internacional de segurança coletiva.
“A missão de oito décadas de prevenção da guerra e da agressão é vazia e sem poder na prática”, afirmou Iravani, ao criticar o Conselho de Segurança por não ter conseguido impedir a escalada.
Segundo ele, a comunidade internacional foi devidamente informada dos riscos desde o início das hostilidades, mas não atuou de forma preventiva.
O representante iraniano também questionou o papel da AIEA, afirmando que o diretor-geral Rafael Grossi se manteve em silêncio diante da ameaça às instalações sob sua supervisão.
“O ataque aos locais nucleares do Irã, sob a segurança da AIEA, é uma desgraça que permanecerá como uma mancha na credibilidade destes organismos internacionais”, disse.
Iravani afirmou que o Irã foi alvo de uma ação ilegal conduzida por dois Estados membros da ONU, um deles signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT) e o outro, Israel, não submetido a qualquer regime de inspeção internacional.
Ao longo do discurso, o diplomata também citou episódios anteriores envolvendo os EUA, como as intervenções no Iraque, no Afeganistão e na Líbia, para afirmar que o ataque ao Irã é parte de uma política americana de desrespeito sistemático ao direito internacional.
“Da invasão ilegal do Iraque e do Afeganistão até a intervenção catastrófica na Líbia, os Estados Unidos ignoraram o tratado da ONU e destabilizaram a região por décadas”, afirmou
Iravani reforçou que o Irã continuará defendendo seu programa nuclear de caráter pacífico e pediu que os demais membros do Conselho condenem os bombardeios de forma inequívoca.
Segundo ele, a falta de reação internacional pode abrir precedente para novas violações da soberania de outros países.
“Se o Conselho de Segurança falhar novamente, a credibilidade das Nações Unidas e do regime de não proliferação estará comprometida de forma irreversível”, concluiu.