A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) solicitou à Câmara Municipal um crédito suplementar de R$ 7 milhões para projetos da área ambiental. A medida, segundo Taiza Lucas, coordenadora de Mudanças Climáticas do município, tem como objetivo reforçar ações estruturais para tornar a capital mineira mais resiliente diante dos eventos climáticos extremos, como enchentes, ondas de calor e arboviroses.
Taiza explica que a cidade já conta com um diagnóstico elaborado em 2016, que mapeou as principais vulnerabilidades climáticas de Belo Horizonte. O estudo serviu de base para o Plano Local de Ação Climática, publicado em 2022, e aponta a necessidade de investimentos em áreas como reflorestamento, proteção de nascentes, corredores verdes e segurança de encostas. “São problemas estruturais de uma cidade que cresceu muito nos últimos 100 anos”, destaca.
Segundo a coordenadora, o pedido de crédito extra se justifica pelo agravamento recente do cenário climático. Em janeiro de 2020, por exemplo, BH registrou 930 mm de chuva, quase o triplo da média esperada para o período. Já em novembro de 2023, a cidade enfrentou uma das ondas de calor mais intensas da história. Esses eventos extremos, alerta Taiza, tendem a se intensificar, conforme indicam projeções do IPCC e de centros de pesquisa internacionais como o Copérnico.
“As respostas a esses desafios não são rápidas”, afirma. Ela ressalta que medidas como reflorestamento e o tratamento de fundos de vale exigem tempo, planejamento urbano e investimentos contínuos. “Precisamos pensar a água urbana como algo vital para a qualidade do microclima e garantir a segurança das populações que vivem em áreas de risco, como vilas e favelas”, completa.