Tarifaço de Trump pode tirar R$ 110 bilhões da economia brasileira, aponta estudo da FIEMG

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Apesar da isenção de produtos, tarifaço pode causar rombo na economia brasileira (Divulgação/Agência Brasil)

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A imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros ameaça causar perdas bilionárias para a economia nacional. Segundo estudo da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) divulgado nesta terça-feira (4/8), a medida anunciada pelo presidente estadunidense, Donald Trump, poderá reduzir o PIB do Brasil em até R$ 110 bilhões entre 5 e 10 anos. A nova tarifa de 40% começa a valer nesta quarta-feira (6) e se soma aos 10% implementados anteriormente.

Embora 694 produtos tenham sido isentos da nova taxação — o que representa 45% do valor exportado aos Estados Unidos — os efeitos ainda serão expressivos. A Fiemg estima que, em até 2 anos, a economia brasileira poderá perder R$ 25,8 bilhões, com impacto direto na renda das famílias, que pode cair R$ 2,74 bilhões. Além disso, a medida pode resultar na eliminação de 146 mil postos de trabalho formais e informais.

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Entre os setores mais afetados estão a siderurgia, a fabricação de calçados, madeira e máquinas e equipamentos mecânicos. O agronegócio também deve sentir os reflexos, especialmente a cadeia da carne bovina, que ficou de fora das isenções e tem forte peso na pauta de exportações do país. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 40,4 bilhões aos EUA, sendo metade disso em produtos agora impactados pela nova tarifa.

Minas Gerais, terceiro maior estado exportador para os Estados Unidos, com US$ 4,6 bilhões em vendas no ano passado, também deve enfrentar perdas significativas. Cerca de 63% das exportações mineiras continuarão sujeitas à nova tarifa, atingindo especialmente setores como o café, a carne bovina e os tubos de aço. A Fiemg prevê uma retração de R$ 4,7 bilhões no PIB mineiro a curto prazo, com a perda de mais de 30 mil empregos. A longo prazo, as perdas podem ultrapassar R$ 15,8 bilhões e 172 mil postos de trabalho eliminados.

Redução de danos

Para o presidente da Federação, Flávio Roscoe, a resposta brasileira precisa ser estratégica. “A imposição dessas tarifas, ainda que parcialmente suavizada pelas isenções, foi unilateral e sem negociação com o governo brasileiro. É fundamental que o Brasil atue diplomaticamente para ampliar o número de produtos isentos, preservar sua competitividade no mercado internacional e proteger empregos e investimentos nacionais”, defende.

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Ainda conforme a Fiemg, o caminho mais eficaz para minimizar os prejuízos seria a diplomacia. A entidade considera essencial que o Brasil busque, junto aos Estados Unidos, uma revisão da medida e a ampliação das isenções, visando garantir a estabilidade econômica, a manutenção de empregos e o fortalecimento das relações comerciais entre os dois países.

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Thiago Cândido

Jornalista pela UFMG. Repórter na 98 desde 2025. Participou de reportagem vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo 2024.

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