O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu afirmou em entrevista à Fox News, nesta quinta-feira (7/8), que pretende tomar conta de todo o território da Faixa de Gaza. De acordo com o premiê, a intenção é formar um perímetro militar na região, sem anexá-la ao território israelense.
“Queremos ter um perímetro de segurança. Não queremos governá-lo. Não queremos estar lá como um órgão governante”, disse.
Netanyahu também afirmou que o governo da região seria entregue temporariamente às Forças Armadas israelenses até que se criem condições para o estabelecimento de um governo local.
A ofensiva, segundo o primeiro-ministro, é uma tentativa de eliminaçaõ do Hamas e da libertação de reféns mantidos pelo grupo. “Não desistiremos da libertação dos reféns, não desistiremos da derrota do inimigo em Gaza e não pararemos até que a ameaça seja eliminada”, publicou nas redes socias.
O Hamas reagiu à fala do premiê, acusando-o de representar um obstáculo às negociações por um cessar-fogo e de colocar os reféns em risco para fins pessoais.
Ainda nesta quinta-feira (7/8), Netanyahu se reunirá com seu gabinete, onde, de acordo com a mídia israelense, deverá comunicar oficialmente a decisão. Caso o plano seja confirmado, o governo israelense enfrentará resistência dentro das Forças Armadas, já que o chefe do Estado-Maior expressou discordância com a estratégia e afirmou que não a seguirá. Netanyahu chegou a ameaçar demitir o comandante se necessário.
A guerra Israel-Hamas teve início no dia 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista preparou um ataque surpresa e sequestrou 251 pessoas para a Faixa de Gaza. Autoridades de Israel estimam que cerca de 20 estejam vivos.
Nos últimos 18 meses, mais de 60 mil palestinos foram vitimados pelo conflito – a maioria mulheres e crianças.
A postura de Netanyahu vai contra a pressão internacional por um cessar-fogo.