O empresário Renê da Silva Nogueira Junior, de 47 anos, confessou ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes durante interrogatório nessa segunda-feira (18/8). O homem, preso desde 11 de agosto, esteve na sede do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde confessou a autoria do crime.
“Na oportunidade, o suspeito alegou que efetuou o disparo em razão de uma discussão de trânsito e que a sua esposa, servidora da PCMG, não tinha conhecimento que ele havia se apoderado da arma particular da delegada, uma pistola, calibre .380”, informou a Polícia Civil.
Ainda ontem, os advogados Leonardo Guimarães Salles, Leandro Guimarães Salles e Henrique Vieira Pereira deixaram a defesa de Renê.
Em nota, Salles afirmou que, “após conversa reservada” com o cliente, decidiu, “por motivo de foro íntimo, renunciar à sua representação nos autos da investigação que apura a morte do sr. Laudemir”.
MPMG
Nesta terça-feira (19/8), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que requereu à Justiça a indisponibilidade dos bens do empresário suspeito de Renê da Silva Nogueira Júnior. De acordo com o órgão, a medida se faz necessária “para assegurar eventual ressarcimento aos familiares da vítima”.
“A delegada de Polícia, esposa do empresário, deve ter responsabilidade solidária, já que o carro e a arma usados no crime eram dela, segundo apurado”, continuou o MPMG.
Entenda o caso
na manhã de 11 de agosto, ao ver a rua por onde transitava com fluxo interrompido momentaneamente pelo caminhão de lixo, Renê Nogueira Junior ameaçou “atirar na cara” da motorista do veículo, segundo testemunhas relataram à Polícia Civil.
Quando Laudemir e outros garis saíram em defesa da colega de trabalho, o motorista sacou a arma e atirou contra a vítima, atingida na região do abdome. Laudemir foi encaminhado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu.
O empresário fugiu do local do crime e foi preso enquanto treinava em uma academia de alto padrão no Estoril, bairro nobre de Belo Horizonte. Segundo a polícia, a arma usada no crime é uma pistola calibre .380 que pertence à delegada Ana Paula Balbino Nogueira, mulher de Renê. Exames periciais confirmaram que essa foi a arma usada para matar o gari.