Um morador de South Lake Tahoe, na Califórnia, foi diagnosticado com peste bubônica. O caso foi confirmado nessa quinta-feira (21) pelo Departamento de Saúde Pública da Califórnia (CDPH). Popularmente conhecida como peste negra, a doença resultou numa das epidemiais mais devastadoras da história, responsável por matar entre 75 e 200 milhões de pessoas, segundo estimativas históricas.
De acordo com as autoridades americanas, a suspeita é que o paciente tenha contraído a infecção após ser picado por uma pulga durante um acampamento na região. As investigações ainda buscam esclarecer as circunstâncias da exposição.
Segundo o diretor interino de saúde pública do condado de El Dorado, Kyle Fliflet, a bactéria é encontrada em regiões de maior altitude da Califórnia. Atividades ao ar livre como trilhas e acampamentos, também podem facilitar o contato com a doença, através de roedores que atuam como possíveis vetores.
Atenção redobrada
A vigilância epidemiológica realizada no condado americano identificou sinais consistentes de circulação da bactéria. Entre 2021 e 2024, foram detectados indícios de exposição à peste em 41 roedores. Apenas em 2025, quatro animais testaram positivo na região da Bacia de Tahoe.
O último caso humano no condado havia sido registrado em 2020, também em South Lake Tahoe. Em 2015, duas pessoas foram infectadas após visitar o Parque Nacional de Yosemite. Todos os pacientes receberam tratamento e se recuperaram.
Ainda segundo os especialistas, cães e gatos também podem carregar pulgas infectadas para dentro das residências.
Os sintomas da peste bubônica envolvem febre, náusea, fraqueza e inchaço dos gânglios linfáticos.
História
Considerada uma das pandemias mais letais da história, a peste negra atingiu a Europa, a Ásia e o Norte da África entre 1347 e 1351, após se espalhar por rotas comerciais da época. Estima-se que um terço da população europeia tenha morrido em poucos anos, o que desencadeou colapso econômico, social e religioso.
Apesar de sua associação com a Idade Média, a peste bubônica não desapareceu completamente. Casos ainda são registrados em diferentes partes do mundo, incluindo os Estados Unidos, onde o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) contabiliza em média sete infecções humanas por ano.
Atualmente, a doença pode ser controlada com antibióticos, desde que o tratamento seja iniciado precocemente.