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(Tânia Rego/Agência Brasil)

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Entramos em setembro e a coluna de hoje pede licença para abordar um tema sensível, um tabu: o suicídio. Se o tema te deixa desconfortável, fique à vontade para parar de ler. E se ele ativa em você algum gatilho, por qualquer razão, pode interromper a leitura também. Mas, por favor, converse com alguém.

Estamos no Setembro Amarelo, mês inteiro dedicado à prevenção do suicídio. Mas por que setembro e por que amarelo? Vou te contar agora.

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No dia 8 de setembro de 1994, Mike Emme, um jovem americano de apenas 17 anos, foi encontrado morto no interior de seu carro, um Mustang amarelo, sua grande paixão. Ele havia tirado a própria vida, para enorme surpresa de todos que o conheciam. No velório, seus pais, ainda em choque, distribuíram aos presentes fitas amarelas com a frase: “Se você está à beira do desespero, por favor, peça ajuda.” Foi daí que surgiu a campanha.

Mike foi vítima do silêncio, do tabu que circunda uma trágica epidemia. O suicídio é algo de que falamos pouco, que fingimos não existir ou que só acontece com os outros. Mas é bem mais comum do que parece. É, simplesmente, a maior causa de morte entre adolescentes e jovens no Brasil e no mundo. Você acredita?

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São jovens como Mike, que sucumbem à vergonha de pensamentos e impulsos que não conseguem revelar a ninguém — muitas vezes nem a si próprios. E é isso que mata: a falta de visibilidade, a dificuldade em pedir ajuda, o estigma de um tema desconfortável. Para quem fica, a notícia do suicídio de um ente querido é geralmente recebida com um misto de surpresa e culpa. O suicida nem sempre dá sinais.

Muitas vezes nem percebe que seus pensamentos estão mudando em razão de circunstâncias como depressão, desilusões ou dores que não compreendem bem. O Setembro Amarelo nos lembra da necessidade de normalizar a discussão sobre vida e morte, de perguntar de forma aberta e clara a nossos amigos se estão bem, se já tiveram algum tipo de pensamento autodestrutivo.

É uma oportunidade de acolher quem pode estar sofrendo em silêncio e de deixar claro que não é defeito nem fraqueza sentir-se assim ou pedir ajuda. Curiosamente, setembro também é o mês em que mais ocorrem suicídios. A campanha pode até despertar gatilhos, agravando quadros depressivos. Daí a necessidade de discutir o tema durante todo o ano, e não apenas em um mês.

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A prevenção do suicídio deveria ser uma campanha permanente, como já acontece com o combate à violência doméstica. Mas o Setembro Amarelo, ao menos, nos mostra que fechar os olhos não reduz o problema.

Fica a mensagem central, a mesma das fitas amarelas distribuídas em 1994: “Se você está à beira do desespero, por favor, peça ajuda.”

Tire um minuto hoje para conversar sobre o tema com seus amigos. Essa conversa pode salvar muitas vidas — inclusive a sua.

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Ewandro Magalhães

É contador de histórias e especialista em comunicação internacional. Foi chefe-intérprete de uma agência da ONU em Genebra e já emprestou sua voz a líderes como Obama, Lula e Dalai Lama em reuniões de cúpula mundo afora. É autor de três livros, palestrante internacional TEDx e cofundador de uma startup de tecnologia com sede em Nova York. Mineiro de Belo Horizonte, é criador de conteúdo sobre linguagem e curiosidades. Domina seis idiomas e vive atualmente nos Estados Unidos.

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